Os melhores professores do país - TVI

Os melhores professores do país

Sócrates entrega prémio ao professor  Arsénio Martins

Governo quer valorizar a educação e os professores. Prémios destacam docentes «excepcionais». Professor vencedor tem 60 anos, ensina matemática em Aveiro e diz que as mudanças na educação são necessárias, mas devem ser «participadas». Sócrates salienta que prémios não são para «massajar» corporação

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O Governo de José Sócrates distinguiu, esta manhã, no Centro Cultural de Belém, os melhores professores de Portugal em 2007. O primeiro-ministro fez questão de salientar que a atribuição dos louvores não é uma «operação de relações públicas» e que não estava a «massajar» a corporação. Professor vencedor tem 60 anos e ensina matemática em Aveiro.

O Prémio Nacional de Professores conheceu a primeira edição este ano depois de ter sido anunciado ainda no ao passado pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. O Prémio Nacional é a principal distinção atribuída e tem o valor de 25 mil euros. Os restantes prémios são de mérito (não há qualquer valor monetário) e foram atribuídos nas categorias de carreira, inovação e liderança.

Arsélio Martins tem 60 anos e foi considerado, pelo júri presidido por Daniel Sampaio, o professor «excepcional» de 2007. Docente de matemática pura já foi dirigente da Fenprof e é caracterizado pelos seus alunos como um professor que «conseguiu tornar a matemática divertida». Utiliza as tecnologias, como o quadro interactivo no ensino da geometria, e a Internet para comunicar com os alunos dentro e fora da sala de aulas.

Os pares de Arsélio Martins na Escola Secundária de José Estêvão, em Aveiro, descrevem-no como o professor que «todos os alunos gostam». O dom de comunicar e surpreender, de trazer a matemática para a «realidade», assim como a irreverência, brincadeira e diferença colocou-o como professor de «excelência».

«Sou feliz por se professor no meu país», disse Arsélio Martins no seu discurso onde agradeceu ao Portugal de Abril que lhe permitiu evoluir de uma posição combatente, para uma posição de participação no sistema educativo. Garante que apanhou todas as oportunidades e em declarações ao PortugalDiário não tem receio em afirmar que mudava várias coisas na educação em Portugal.

«Há mudanças que levam a grandes tristezas, porque não são consentidas», afirma o docente premiado que defende a existência que um «défice de participação» nas decisões do Governo. «Não houve participação o que levou a que as mudanças não fossem consentidas», esclareceu.

«Não sou bom em relações Públicas»

O primeiro-ministro entregou o prémio ao docente vencedor e nas palavras que proferiu fez questão de salientar, apesar de não ser o «momento» para abordar «a política educativa», que a entrega de louvores não é uma «operação de relações públicas, até porque dizem que não sou bom nisso». Sócrates realçou que não se trata de «massajar» a corporação, mas sim de homenagear e valorizar a educação, mostrando mais uma vez que esta é uma prioridade do Executivo.

Liderança, Carreira e Inovação

Os prémios de Mérito distinguiram docentes do sexo feminino. Teresa Almeida, professora de inglês, na Escola Secundária Carolina Michaëlis, no Porto, ganhou o prémio Carreira. Nas suas aulas não se limita ao seguimento de manuais e lecciona a língua inglesa através de filmes actuais, músicas ou fotografias.

Na categoria inovação a premiada foi Ana Paula Canha, professora de Ciências, na Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, em Odemira. A docente gosta de meter a «mão na massa» e não se coíbe de levar os alunos para o campo ou de efectuar experiências na escola que podem levar os alunos a necessitar de passar o fim-de-semana nas instalações, chegando a dormir «em camaratas» na sala de aula.

Armandina Soares, presidente do conselho executivo do Agrupamento de Escolas de Vialonga, foi distinguida com o prémio Liderança pelo trabalho difícil num contexto social carenciado como é o de Vialonga. O combate à pobreza escolar e à violência através da estabilidade do corpo docente e da ligação de outras entidades à escola foram os primeiros passos na carreira de liderança.

De acordo com o Ministério da Educação, 53 do total de 65 candidaturas foram propostas por conselhos executivos, enquanto 11 candidatos foram apresentados por um conjunto de 50 ou mais colegas.
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