Porto e Lisboa integram um grupo de pelo menos 164 cidades onde, a 5 de Maio, vão ocorrer marchas em defesa da legalização da marijuana para fins recreativos, anunciou esta quarta-feira fonte da organização. A informação foi avançada pela agência Lusa.
O Porto associa-se pela primeira vez ao movimento MGM (Marcha Global pela Marijuana), enquanto que Lisboa já em 2006 promoveu um encontro sobre o tema, que reuniu duzentas pessoas no Largo de Camões.
Na marcha do Porto, os manifestantes que pretendam ocultar a sua identidade, por motivos profissionais ou familiares, podem pedir máscaras à organização no local da concentração, na Praça do Marquês de Pombal, disse à Lusa João Carvalho, do núcleo local do MGM.
Os mentores do movimento vão distribuir um manifesto em favor da legalização daquela substância psicotrópica e promover um desfile em direcção à Praça da Batalha.
Em Lisboa, a manifestação vai decorrer entre a Mãe-d¿água e o largo de Camões.
A MGM foi lançada em 1999 em Nova Iorque, Estados Unidos, na sequência de um encontro de interessados na legalização da cannabis, realizando-se sempre no primeiro sábado de Maio.
A cannabis sativa popularmente conhecida por marijuana ou, na sua variedade concentrada, por haxixe, é a «droga leve» mais massificada mundialmente.
Estima-se que o número dos seus consumidores ascenda a quatro por cento da população mundial, ou seja, cerca de 160 milhões de pessoas.
Na Europa este número ronda os 24 milhões.
No entanto, a grande maioria destas pessoas consome cannabis numa situação completamente ilegal, cometendo um crime que pode incorrer em pena de prisão.
João Carvalho disse que a descriminalização do consumo de drogas em Portugal não eliminou o perigo de o consumidor ser confundido com um traficante.
O consumidor já é não preso, apenas sujeito a multa, mas se tiver em seu poder dez doses, cinco gramas, já é considerado traficante.
Porém, João Carvalho recusou para Portugal o modelo da Holanda, onde é permitido consumir drogas leves, mas há restrições às plantações, «de modo que o abastecimento tem de ser feito por seres misteriosos».
Com estas manifestações, os mentores da MGM pretendem a legalização do cultivo e consumo de cannabis a pessoas de maior idade.
«Queremos que o Estado trate a cannabis como droga legal, com os mesmos efeitos nefastos como o tabaco e o álcool», defendeu João Carvalho.
Na sua opinião, a marijuana deve ser vendida como o tabaco e álcool, com as mesmas restrições e até o mesmo tratamento fiscal.
João Carvalho disse ainda que há, a nível mundial, um «falhanço completo das políticas de combate ao tráfico» e a proibição «cega» do consumo «contribui para isso».
Lisboa e Porto na rua por marijuana
- Portugal Diário
- 28 mar 2007, 17:28
Manifestação internacional pretende juntar defensores de legalização
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