Polvo com toneladas de cocaína - TVI

Polvo com toneladas de cocaína

  • Portugal Diário
  • 7 jan 2008, 12:29
Contentor onde foi encontrada a droga (António Cotrim/Lusa)

PJ apanha nove toneladas de droga dissimuladas num contentor frigorífico

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A Polícia Judiciária apreendeu, em conjunto com a Polícia Nacional espanhola, 9,4 toneladas de cocaína, camuflada no interior de um contentor frigorífico com polvo congelado, que tinha chegado ao Porto de Lisboa em Dezembro, proveniente da Venezuela. Foram detidas sete pessoas, duas delas em Portugal, que farão parte de uma rede criminosa internacional, cujo modus operandi é inédito na Península Ibérica.

«A presente operação permitiu a detenção em Espanha de 5 suspeitos (sendo um de origem colombiana) e em Portugal de outros dois (uma cidadã portuguesa de origem cabo-verdiana e um cidadão português, com respectivamente 49 e 70 anos de idade, sendo um da zona de Setúbal e outro do Norte do País», informa em comunicado o gabinete de imprensa da Policia Judiciária, sobre a chamada «Operação Arcos».

De acordo com as autoridades, esta operação «culminou com o desmantelamento de uma organização criminosa internacional a operar em diversos pontos da Península Ibérica e que pretendia introduzir através do território nacional elevadas quantidades de cocaína».

Três anos de investigação

As diligências concretizadas pela Policia Judiciária através da Direcção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes (DCITE) e pela Polícia Nacional de Espanha/UDYCO Galiza foram o resultado de «várias diligências de investigação encetadas há já quase três anos».

O comunicado da PJ refere que a droga estava um contentor que deu entrada no Porto de Lisboa a 22 de Dezembro, «proveniente da Venezuela» e que tinha polvo como mercadoria declarada.

«Aberto o contentor vieram a ser encontrados dissimuladas no seu interior cerca de 600 caixas de cartão com o peso bruto de 40 kg cada contendo como mercadoria declarada 24 toneladas de polvo congelado. Em cerca de 1/3 dessas caixas foi encontrada uma solução aquosa congelada com vestígios de polvo contendo um produto que reagiu positivamente para cocaína, com peso total estimado de cerca de 9.400 kg», aponta o comunicado policial.

Rede de cariz internacional

Este grupo «estará inserido numa rede criminosa de cariz internacional». As características da sua forma de operar são descritas como um modus operandi «inédito» tanto em Portugal como em Espanha. «Implicaria, caso tivessem levado a bom porto o seu projecto criminoso, uma estrutura capaz de retirar o cloridrato de cocaína da solução congelada em que o mesmo se apresenta», aponta a PJ.

A investigação concluiu ainda que a droga deveria «seguir de Lisboa para território espanhol até aos seus destinatários finais».

Além da droga apreendida e das detenções, as buscas realizadas em Portugal e Espanha resultaram ainda na apreensão de «vários milhares de euros, viaturas, computadores e telemóveis».

Com esta apreensão, que decorreu em Dezembro, a Polícia Judiciária (PJ) acredita ter dado «um golpe muito interessante numa rede internacional importante, com muitos recursos financeiros e capacidade organizativa muito elaborada», disse à agência Lusa José Ferreira, da Direcção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes da PJ.

Por seu turno, o comissário da Polícia Nacional espanhola, Jaime Iglesias, explicou à Lusa que «esta apreensão aconteceu devido a investigações patrimoniais, que decorrem desde Janeiro de 2006», e graças à «estreita cooperação entre as duas polícias» da península.
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