Fenprof: modelo de avaliação faz «corte significativo com o passado» - TVI

Fenprof: modelo de avaliação faz «corte significativo com o passado»

Mário Nogueira

Ministério da Educação entrega nova proposta, mas mantém quotas para as notas mais altas e para a progressão na carreira

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A FENPROF recebeu esta quarta-feira do Ministério da Educação um modelo de avaliação de desempenho que considera representar um corte significativo com o passado, mas insiste que a progressão na carreira não dependa de quotas ou vagas administrativas, refere a Lusa.

«Reconhecemos alguma tentativa de aproximação às posições que têm sido defendidas pelos professores, agora há um aspecto que é inultrapassável», disse aos jornalistas o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), Mário Nogueira, referindo-se à possibilidade de se manterem quotas para as melhores classificações e vagas para aceder a três escalões da carreira.

Por outro lado, reconheceu que a avaliação agora proposta pelo Governo se centra na escola.

«É uma avaliação inter pares, que tem a preocupação de estar centrada no conselho pedagógico e com professores directamente implicados na avaliação que são do grupo disciplinar», o que confere «alguma legitimidade» ao avaliador, disse Mário Nogueira, após a reunião com o secretário de Estado adjunto e da Educação, Alexandre Ventura.

Segundo Mário Nogueira, acaba imediatamente o facto de a avaliação estar dependente apenas de professores titulares, porque essa categoria deixa de existir.

«Passa a ser uma avaliação que tem três momentos - a auto-avaliação, um momento em que o professor é avaliado pela comissão de avaliação e um terceiro momento que é a possibilidade de recurso com a criação de um júri especial» para o efeito, afirmou.

De acordo com o dirigente sindical, a entrega de objectivos individuais e observação das aulas passa a ser facultativa.

O líder da FENPROF alerta, no entanto, que deveria estar previsto um período de experimentação: «É, aliás, uma recomendação do conselho científico em relação à avaliação de desempenho».

Mário Nogueira reafirmou que enquanto se mantiverem «estrangulamentos administrativos» ao reconhecimento do mérito e a progressão dos professores «está posta em causa a possibilidade de um acordo», mas destacou o «clima de negociação» em que decorreu a reunião.

«Hoje há uma situação diferente, que é tudo poder ser levado para a mesa de negociação e tudo está a ser discutido», rematou.
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