Portas critica «dogma da escola inclusiva» - TVI

Portas critica «dogma da escola inclusiva»

  • Portugal Diário
  • 6 dez 2007, 20:49
Apresentação de resultado da Escola Segura (MANUEL DE ALMEIDA / LUSA)

Oposição ataca sistema do Ministério da Educação

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O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, contestou o «dogma da escola inclusiva», considerando-o «um erro intelectual de primeira grandeza», e propôs um novo modelo para a educação que promova o esforço e a autoridade, informa a agência Lusa.

«O seu dogma é o dogma da escola inclusiva, é um erro intelectual de primeira grandeza», defendeu Paulo Portas, dirigindo-se à ministra da Educação, Maria de Lourdes Rodrigues.

Portas acusou o Governo de «relaxar todos os critérios de esforço e autoridade presentes na escola», de dar instruções para que não haja reprovações, de ter «horror à avaliação», de «relaxar os critérios de assiduidade» e de «disfarçar as estatísticas».

«A escola é uma oportunidade garantida e financiada por toda a comunidade nacional. Depois há uns que a aproveitam, a maioria, e outros que não. Há uns que estudam e outros que não. Há uns que se esforçam o que podem e às vezes o que não podem e uns que não se esforçam, podendo. Há uns que obtêm resultados e outros não», sustentou.

O presidente do CDS-PP defendeu ainda que a escola pública não deve ser apenas o ensino do Estado e que se deve «alargar a liberdade de escolha» para que «quem é pobre possa ter acesso à escola que entende». «O seu caminho fracassou, nós propomo-nos iniciar outro», concluiu.

Crítica generalizada

O PSD, através do deputado Pedro Duarte, também contestou o actual modelo, dizendo que «nenhum menino reprova e todos têm boas notas», que «se sacrificou a exigência e facilitou o sucesso meramente administrativo» e que «tudo é decidido pelo Ministério».

Pedro Duarte defendeu «uma verdadeira autonomia e consequente responsabilização de cada escola», sem um «Estado omnipresente».

O deputado do PCP Miguel Tiago concordou que se «valoriza o diploma em vez da real qualidade da formação», que disse estar degradada, mas apoiou «a escola pública, gratuita e de qualidade, para todos e inclusiva». Apesar das críticas do CDS-PP e do PSD, Miguel Tiago alegou que o Governo já está a «prosseguir as políticas de direita» na educação.

Ana Drago, do BE, criticou as actuais percentagens de reprovações, lamentando que a ministra esteja «feliz» com elas e que esteja longe o dia em que se conseguirá "irradiar o insucesso escolar".

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, declarou que ao contestar a «escola inclusiva» o CDS-PP coloca-se «contra a política europeia e o modelo europeu de desenvolvimento da escola democrática para todos».

Augusto Santos Silva acrescentou que o Governo do PS nunca aplicará uma política de «segregação» e de «apartheid» e apontou as estatísticas da frequência do ensino e do abandono escolar para desacreditar quem traça um «retrato negro» da educação em Portugal.
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