A namorada, os amigos e as viagens

«Conheci a minha namorada, a Ana. Lembro-me da primeira vez que passei por ela, sorriu ao longe, desviou o olhar quando estávamos próximos e soltou um «olá». Quem diria a importância que viria a ter. O tempo e as circunstâncias trataram de concretizar o que era inevitável.

Entretanto fui fazendo laços de amizade, conhecendo pessoas diferentes com diferentes pontos de vista, personalidades, crenças. Não tive grande contacto com belgas, incrivelmente é o que acontece, conhecem-se pessoas de muitas nacionalidades mas poucas do país de acolhimento.

Começava a altura das viagens: primeiro a Bélgica depois Holanda, Paris e Estocolmo. Em Roterdão tive a companhia do meu irmão. Em Antuérpia fui alvo de xenofobia. Em Estocolmo estava muito frio. Uma das manhãs saí do hotel (que era um barco) para fumar. A porta fechou-se e estive quase uma hora a tremer enquanto mandava pedrinhas ao vidro do quarto onde estavam as minhas colegas na esperança que me viessem abrir a porta. Em vão! Paris foi a melhor das viagens, por nada em particular e por tudo em geral.

Estava na hora da despedida. Sabia que ia custar, mas nunca pensei que fosse tanto. Antes ainda houve lugar à típica festa de despedida. Fazem-se promessas e lembram-se bons e maus momentos. Posso nunca mais os ver, mas eles fazem parte de mim como eu tenho a certeza que faço parte deles. Já em Lisboa a despedida final: «Gustavo, foi um prazer!»

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