Uma educadora de infância que estava numa sala ao lado daquela onde esta segunda-feira rebentou uma salamandra de aquecimento, numa escola do primeiro ciclo da Guarda, disse à Lusa que chegou a temer que alunos e professora estivessem mortos.
«Eu pensei que estava tudo morto. Pelo estrondo e quando visualizei pela porta... era uma nuvem de fumo, eu imaginei o pior», relatou a educadora Maria Helena Faria, que estava sozinha na sala que fica paredes meias com aquela onde ocorreu a explosão que causou sete feridos ligeiros, seis crianças e uma professora.
Maria Helena Faria contou que ouviu «um estrondo enorme». «Não sabia de onde vinha, quando me apercebi que a porta da sala da colega saltou. Vi uma nuvem de fumo, ouvi gritos e saí a pedir socorro», relatou.
Após a explosão da caldeia de aquecimento, que «estava a funcionar bem», verificou que a sala de aula do 1º ciclo «estava num caos», constatou.
O pequeno Rodrigo, aluno do 3.º ano, que saiu ileso do incidente, disse recordar-se que a professora «começou a sentir um cheiro». «Estávamos sentados, a trabalhar, e depois [a salamandra] explodiu», recordou, dizendo que tem noção de ter visto os vidros das janelas a partirem-se.
Naquela altura a turma estava «a escrever um texto sobra as férias da Páscoa», referiu.
O vereador da Câmara da Guarda com o pelouro da educação, Virgílio Bento, disse à Lusa que tudo indica que a explosão da caldeira de aquecimento central, que funcionava a lenha, tenha ocorrido num cenário de «pressão a mais».
A explosão originou muitos danos materiais, na sala onde ocorreu, nomeadamente vidros partidos, portas e tecto danificados. Observou que o sistema funciona com uma caldeira instalada no interior da sala de aula mas «a partir deste momento», a situação vai ser repensada.
O responsável disse que os sistemas deste género, que ainda funcionam em escolas rurais, são anualmente vistoriados pelos serviços técnicos da autarquia e que aquela caldeira tinha sido «instalada há pouco tempo».
A Câmara vai «proceder de imediato à recuperação da sala», disse, referindo que enquanto as obras decorrerem, as aulas são transferidas para o edifício do ATL.
Explosão na Guarda: «Pensei que estava tudo morto»
- Redação
- CLC
- 12 abr 2010, 18:26
Educadora de infância e criança descrevem momentos após explosão de salamandra
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