Estudantes em Dia Nacional de Luta - TVI

Estudantes em Dia Nacional de Luta

Alunos exigem uma «escola melhor» (Foto Maria João Fernandes)

Alunos do básico e secundário manifestam-se contra novo regime de faltas e criação da figura do director das escolas

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Os estudantes do ensino básico e secundário realizam esta quarta-feira um Dia Nacional de Luta, com manifestações um pouco por todo o país contra o novo regime de faltas e a criação da figura do director nas escolas, refere a Lusa.

A maior adesão de alunos deverá registar-se em Lisboa, com concentração às 10:00 no Marquês de Pombal e saída 30 minutos depois em direcção ao Ministério da Educação, e no Porto, com os alunos a encontrarem-se às 09:30 na Avenida dos Aliados.

A Plataforma Estudantil Directores Não! é uma das organizações que está a ajudar a dinamizar o protesto, realizando hoje piquetes de greve em alguns estabelecimentos de ensino, numa última tentativa de mobilizar os estudantes para a manifestação.

No Marquês de Pombal são esperados alunos das escolas secundárias dos concelhos de Lisboa, Loures, Oeiras, Odivelas e Sintra. No entanto, as últimas manifestações de alunos registaram uma fraca adesão.

As associações de estudantes estão a apelar aos alunos para que simbolicamente vistam uma t-shirt preta, no primeiro dos três protestos que a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, deverá enfrentar nas próximas duas semanas.

Regime de faltas injusto

O novo regime de faltas, que os alunos afirmam ser «injusto», é um dos motivos do protesto.

«O conselho executivo ou o director poderá suspender um aluno por um período de cinco dias sem ter de ouvir o próprio aluno ou o seu encarregado de educação. Há aqui um aumento de poder que na prática não serve para resolver um problema», afirma Luís Baptista, coordenador da Plataforma.

Por outro lado, crítica o novo regime de faltas e, sobretudo, a obrigatoriedade da realização de uma prova no caso de ser excedido o limite de ausências, independentemente do motivo: «Um aluno pode estar doente, pode morrer-lhe um familiar e para o Ministério da Educação isso não tem qualquer peso. Junta-se tudo no mesmo saco», diz.

Os alunos criticam ainda o facto de o Ministério da Educação poder demitir um director, por despacho.

«Nenhum Governo, nenhum ministério podia demitir um conselho executivo. Surge aqui a última ligação que faltava entre o Governo e as escolas. Passa a haver uma mão do ministério directamente dentro da escola», acrescentou Luís Baptista.

E porque em todas estas questões «o responsável é o mesmo, o Ministério da Educação e a sua política educativa», há uma palavra de ordem que os estudantes garantem que não vai faltar : «Está na hora, está na hora de a ministra ir embora».
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