Bombeiros querem «estudar» efeitos dos tornados - TVI

Bombeiros querem «estudar» efeitos dos tornados

Locais mais afectados pelo tornado [LUSA]

Defendem que dessa forma será possível melhorar a resposta operacional deste «novo» fenómeno

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O presidente do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) defendeu esta sexta-feira a realização de um estudo sobre os efeitos do tornado que atingiu a região de Santarém para aprofundar modelos de formação na resposta operacional.

Duarte Caldeira, que esteve hoje de visita aos concelhos afectados pelo fenómeno atmosférico e às corporações dos bombeiros de Tomar, Ferreira do Zêzere e Sertã, disse à Lusa ser «importante aprender uma lição» com o sucedido.

«Há uma consciência por parte dos responsáveis operacionais para um fenómeno novo, que exige ser bem pensado e refletido para melhorar a capacidade de resposta», disse.

Duarte Caldeira disse ainda ter verificado no terreno situações «dramáticas» de cidadãos cujas habitações ficaram «completamente destruídas» e que necessitavam de um acompanhamento de proximidade, que afirmou, não ter verificado como gostaria.

O presidente da LBP realçou a «boa capacidade de resposta» que os bombeiros, «de um modo geral», desenvolveram no socorro e apoio às populações vítimas do tornado tendo acrescentado que a sua presença hoje no terreno tinha por objectivo «transmitir uma palavra de solidariedade e recolher informação que permita a melhoria da formação operacional» para responder a estes momentos.

«A nossa doutrina de sistema de comando operacional, muito influenciada pela experiência vertida pelos incêndios florestais, tem em si mesmo um conjunto de conceitos que são aplicáveis a qualquer tipo de ocorrência, como sejam a constituição de um posto de comando ou a divisão de um posto de comando em células em função da responsabilidade», observou.

De acordo com Duarte Caldeira, as situações diferem.

«Uma equipa, quando sai para combater um incêndio florestal, é composta por uma viatura de combate e cinco elementos. Nestes casos, pode ser uma viatura ligeira com dois elementos e uma moto serra, para desobstruírem vias de comunicação ou serrarem uma árvore que esteja tombada sobre uma habitação», exemplificou.

O presidente da Liga disse ainda que «existem determinados tipos de especificidades nesta ocorrência, como o grau de destruição, a hora a que ocorreu ou o seu desenvolvimento espacial e no terreno, que constituem em si um conjunto de variáveis que permitem efetuar um estudo detalhado para aprofundar modelos de formação na resposta operacional».

Duarte Caldeira advogou ainda que «os fenómenos servem de aprendizagens e as desgraças são também em si uma oportunidade para se aprender com elas, contribuindo para uma maior e melhor solidariedade para com as populações».
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