Falsa juíza volta a tribunal

O Tribunal de S. João Novo, no Porto, reata quinta-feira o julgamento de uma mulher, que se fazia passar por juíza, e de mais 28 arguidos acusados de 84 burlas a 32 instituições, no valor global de 77 mil euros, noticia a Lusa.

Esta sessão marca o início da produção de prova, já que a primeira audiência, a 04 de Janeiro, serviu apenas para leitura da acusação, calendarização de algumas audiências e manifestação de disponibilidade para depor da parte de 13 das 28 pessoas arguidas, incluindo a principal.

De acordo com uma fonte do tribunal, o Ministério da Justiça teve que montar bancadas numa sala de audiências da 3ª Vara de S. João Novo para que se possam acolher todos os intervenientes, num julgamento que se prevê possa prolongar-se até 09 de Julho.

Entre arguidos e advogados, o julgamento mobiliza 50 a 60 pessoas, além de centenas de testemunhas. O caso agora em julgamento foi descoberto pela Polícia Judiciária de Aveiro, em Fevereiro de 2005, dois anos após o alegado início da sequência de fraudes, algumas tentadas e outras consumadas.

Segundo a acusação, o grupo alegadamente liderado pela falsa juíza obtinha informação sobre as dívidas ao Estado através de editais publicados nos jornais e recolhia os números de telefone e de fax de várias instituições do Estado para dar credibilidade à cobrança.

Na posse desses elementos, a principal arguida, hoje com 40 anos e actualmente em prisão preventiva, contactava os representantes das empresas em falta por telemóvel, intitulando-se juíza ou, noutros casos, quadro superior da administração pública, e induzia-os a depositarem as respectivas quantias em contas bancárias de que indicava o respectivo número de identificação (NIB).