Crimes violentos: PJ afasta ligações

A Polícia Judiciária (PJ) acredita que os casos recentes de violência urbana na Área Metropolitana de Lisboa não são mais do que um «conjunto de infelizes acontecimentos», afastando a hipótese de «estarmos perante manifestações de criminalidade organizada».

Segundo um comunicado divulgado após a reunião desta segunda-feira, a PJ concluiu que os crimes ocorridos nas últimas semanas - que causaram seis mortes em Loures e um ferido em estado muito grave em Oeiras - não têm qualquer relação entre si.

PJ ataca crimes violentos

Oeiras: jovem ainda nos cuidados intensivos

A PJ diz-se atenta às «preocupações manifestadas, quer a nível institucional quer a nível social», e «e procurará, com as autoridades judiciárias e outros órgãos de polícia criminal, alcançar o esclarecimento dos casos com a brevidade possível».

PSP fala de «casos isolados»

Também a Polícia de Segurança Pública (PSP), através da subcomissária Paula Monteiro, considerou os crimes como «actos isolados», afirmando mesmo que a «criminalidade violenta tem diminuído, de acordo com os dados da PSP em termos comparativos», relativamente aos anos de 2006 e 2007.

A subcomissária falou esta manhã durante uma conferência de imprensa sobre uma mega-operação no concelho de Sintra, da qual resultaram 47 detidos.

Uma mulher foi morta a tiro em frente a casa, na urbanização "Real Forte", em Sacavém, na passada sexta-feira, tendo o autor fugido a pé sem levar qualquer pertence da vítima, nomeadamente o carro, de acordo com os dados recolhidos até agora.

Na madrugada de sábado um homem de 20 anos foi baleado na cabeça, no parque de estacionamento do Oeiras Parque, tendo sido transportado ao Hospital de São Francisco Xavier onde ainda se encontra nos cuidados intensivos.

No dia 23, um homem foi baleado durante um assalto a um café em Camarate, Loures, concelho que assistiu a outros crimes violentos na semana passada: na quinta-feira, um homem matou os pais e suicidou-se de seguida no bairro do Catujal, e no mesmo dia, um funcionário de uma empresa encontrou o cadáver de um homem - presumivelmente um travesti - num contentor de entulho.

Governo está atento

No sábado, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, garantiu que o Governo está atento às novas formas de criminalidade violenta.

O ministro da Administração Interna referiu que «as forças de segurança portuguesas tudo estão a fazer em todos os domínios para evitar crimes desta natureza, por exemplo, em zonas onde se tem verificado um risco mais elevado» e garantiu que esse trabalho será reforçado.

«Estamos atentos à necessidade de criar programas de prevenção para fenómenos como o carjacking, que exigem respostas especiais», disse.