Chaves: bloco de partos vai encerrar

O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte disse hoje que o bloco de partos de Chaves vai encerrar a «muito curto prazo», mas garantiu que estão reunidas todas as condições de acessibilidades e serviços pré-hospitalares anunciados pelo Ministério da Saúde.

O encerramento do bloco de partos de Chaves, que deverá ocorrer até ao final do ano, poderá ser um dos assuntos em destaque na visita que o ministro da Saúde, Correia de Campos, tem agendada para sexta-feira ao distrito de Vila Real.

Correia de Campos vai visitar as obras de ampliação do centro de saúde de Chaves, o hospital local e inaugura ainda a primeira Unidade de Saúde Familiar do distrito, que está instalada em Vila Real.

O Ministério da Saúde decidiu manter em funcionamento o bloco de partos do Hospital de Chaves até à resolução «do problema das acessibilidades», nomeadamente a conclusão da A-24 [Auto-estrada 24], entre esta localidade e Vila Real, e reforços dos serviços pré-hospitalares.

A A24 abriu em toda a sua extensão em Junho, passando a viagem entre o hospital de Chaves e de Vila Real a demorar cerca de 30 a 40 minutos.

Desde o início de Dezembro estão instaladas duas viaturas, uma de Suporte Imediato de Vida (SIV) em Montalegre, e Suporte Básico de Vida (SBV), em Chaves, estando ainda prevista a colocação de um helicóptero, entre Fevereiro e Março, em Macedo de Cavaleiros.

«Estão reunidas todas as condições, nomeadamente de acessibilidades e serviços pré-hospitalares. Temos todos os meios que necessitamos para assegurar um verdadeiro apoio nas situações de emergência», garantiu Maciel Barbosa à Agência Lusa.

Com a criação destas condições, o ministério poderá avançar com o encerramento do bloco de partos de Chaves, onde, segundo dados disponibilizados pelos Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, este ano nasceram 390 bebés, 60 por cento dos quais através de cesarianas.

A equipa de cinco obstetras de Chaves efectua uma média de um parto de três em três dias, pois a maior parte dos bebés naquele hospital nascem na sala de operações.

Na origem do encerramento está, segundo Maciel Barbosa, o reduzido número de partos e de apoio de outras especialidade e serviços que não existem em Chaves.

Aquele concelho vai manter o Serviço de Ginecologia e Obstetrícia e o acompanhamento das grávidas será feito através de consulta aberta.

Em defesa da manutenção da maternidade de Chaves, a Assembleia Municipal deste concelho criou no ano passado uma comissão, que envolvia todas as forças partidárias e tinha como objectivo lutar pela continuidade dos cuidados da saúde materno-infantil.