Elas já imigram tanto como eles - TVI

Elas já imigram tanto como eles

Imigrantes em Vila de Rei. Foto de Paulo Cunha para Lusa

Número de mulheres imigrantes tem aumentado nos últimos anos

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A alta comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), Rosário Farmhouse, disse esta segunda-feira que o número de mulheres a imigrar tem aumentado nos últimos anos, representando actualmente cerca de metade dos imigrantes em todo o mundo, noticia a agência Lusa.

Num almoço-debate, em Lisboa, sobre o tema «A modernização das políticas sociais e do modelo social europeu e o impacto das migrações de uma perspectiva transatlântica», Rosário Farmhouse referiu que cerca de 50 por cento dos imigrantes são mulheres, número que tem aumentado nos últimos tempos.

Este aumento, segundo a alta comissária, deve-se ao facto de o padrão tradicional de imigração - primeiro imigrar o homem e só depois a mulher e os filhos - estar a mudar.

Actualmente as mulheres estão a imigrar sozinhas ou optam por acompanhar o marido, deixando os filhos nos países de origem, disse, alertando para a «discriminação» e as «dificuldades» de que os imigrantes do sexo feminino são vítimas.

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Além das questões religiosas e culturais, a mulher é «logo discriminada» no país de origem, quando tem que deixar os filhos, salientou Rosário Farmhouse, enumerando como principais dificuldades das imigrantes em Portugal a língua, o acesso à habitação, a saúde e o trabalho.

«A mulher tem mais dificuldade em aprender a língua, uma vez que normalmente está em casa com os filhos ou tem trabalhos domésticos», disse, considerando também que uma imigrante tem «mais dificuldades» em arranjar uma casa sozinha do que um homem.

A alta comissária referiu, igualmente, que muitas mulheres imigrantes quando estão grávidas desconhecem os direitos que têm no acesso à saúde e as gravidezes «não são acompanhadas».

No trabalho, as imigrantes também são alvo de discriminações, tendo em conta que a maioria faz trabalhos domésticos e «não tem contrato de trabalho, segurança social, nem seguro», afirmou, adiantando que esta «situação frágil» impede muitas vezes que as mulheres regularizem a sua situação.
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