Conforlimpa: greve põe em risco limpeza de espaços públicos - TVI

Conforlimpa: greve põe em risco limpeza de espaços públicos

Sindicato do setor diz desconhecer o pedido de insolvência, mas entende-o como uma «manobra». Greve está marcada para dia 25

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Os trabalhadores da Conforlimpa vão estar em greve no dia 25 de março. O sindicato que representa os trabalhadores das limpezas, o STAD, diz não conhecer «os fundamentos da insolvência. Se é de uma empresa, quais os credores», mas não acredita nas boas intenções do grupo Conforlimpa, que anunciou esta segunda-feira em comunicado ter requerido o pedido de insolvência para salvar o posto de trabalho de mais de sete mil pessoas .

«A Conforlimpa não tem demonstrado nenhuma responsabilidade social». Esta pode ser «uma manobra para que o processo-crime fique suspenso», sugere Carlos Trindade, do STAD. O Ministério Público acusou o presidente da Conforlimpa dos crimes de associação criminosa e de fraude fiscal qualificada, que terão lesado o Estado em mais de 42 milhões de euros.

Perante a situação, o sindicalista pede «serenidade» aos trabalhadores e aconselha-os a «não abandonarem os locais de trabalho». Carlos Trindade acusa a Conforlimpa de fazer «chantagem emocional» para com os funcionários, já que «não conhece nenhum processo de insolvência que tenha melhorado as condições dos trabalhadores».

Quantas pessoas estarão afetadas pelos problemas na Conforlimpa «ninguém sabe». Carlos Trindade explica que em causa estão «várias empresas» de norte a sul e que deste universo fazem parte casais, em que ambos trabalham no grupo. Enquanto o pedido de insolvência não é publicado, o sindicato já organizou uma jornada de luta. Dia 25 de Março vai ser o «dia nacional de luta na Conforlimpa, com concentração na empresa e greve de 24 horas».

O Estado é um dos maiores clientes do grupo de limpezas. Universidades, hospitais e autarquias de várias regiões podem ser afetados com esta greve, mas o sindicato garante que, caso a adesão seja total, «não estão em causa os serviços mínimos». Uma greve de dimensão nacional que vem juntar-se a outras, localizadas, como já aconteceu na Faculdade de Economia de Coimbra e uma outra que está marcada para o Hospital de Viseu.

E é ao Estado que Carlos Trindade se dirige: «O sr. Gaspar e o Sr. Passos dão orientações para que se adquiram os serviços pelo preço mais barato», mas, acusa, fica por saber se as empresas escolhidas «pagam ordenados pela tabela legal, pagam os impostos e pagam as contribuições à Segurança Social».
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