Medicamentos falsos feitos em Portugal - TVI

Medicamentos falsos feitos em Portugal

Laboratório [arquivo] - Foto EPA

Infarmed investiga e alerta para os perigos dos comprimidos comprados pela Internet

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O Infarmed está a investigar situações de contrafacção de medicamentos em Portugal, revelou esta quarta-feira o presidente do organismo, Vasco Maria, referindo também que mais de metade dos medicamentos comprados pela Internet serem falsos, noticia a Lusa.

Escusando-se a revelar pormenores das situações até o processo estar concluído, o presidente da Autoridade Nacional do Medicamento lembrou que os consumidores apenas devem comprar medicamentos em sites com «absoluta garantia» sobre fabricantes, vendedores e conteúdo.

Os produtos vendidos pela Internet muitas vezes não têm substância activa que dizem ter, «ou pior que isso, têm substâncias tóxicas». «Têm morrido centenas de milhar de pessoas na China, mas também no Canadá, na Argentina. Noutros países, como nos Estados Unidos, há casos de pessoas que morreram por consumir produtos adquiridos através da Internet e que estavam contrafeitos», notou à Lusa.

A contrafacção de medicamentos, que esta manhã foi debatida num fórum em Lisboa, é um «problema crescente, à escala mundial, grave e com consequências muito importantes».

Vasco Maria sublinhou que este também é um problema dos países desenvolvidos, exemplificando que em 2006, nas fronteiras da União Europeia, foram apreendidas mais de 2,7 milhões de unidades de medicamentos, o que traduz um aumento de 380 por cento em relação ao ano anterior. Do total de medicamentos no mercado dos países desenvolvidos, estima-se que um por cento sejam falsos, enquanto em países africanos, asiáticos ou da América Latina esse valor pode atingir os 10 ou 30 por cento.

Medicamentos falsos em todas as áreas

A contrafacção também deixou de estar limitada às áreas da impotência sexual e do emagrecimento e «já invadiu completamente os medicamentos para o cancro, doenças cardiovasculares, neurológicas, que se não forem tratadas convenientemente tem consequências graves».

Sendo por isso «um problema global, só é possível combater de maneira global, através de todos os agentes envolvidos, como fabricantes, autoridades reguladoras, profissionais de saúde polícias, magistrados e dos consumidores», argumentou.

No quadro deste combate estará brevemente disponível uma tecnologia que permite, por exemplo, comprovar a origem de determinado medicamento por uma farmácia através da consulta da base de dados do fabricante.
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