«El Solitário» diz-se condenado à partida - TVI

«El Solitário» diz-se condenado à partida

Este é o rosto do «Solitário». Jaime Gimenez Arbe de nome verdadeiro

Jaime Gimenez Arbe queixou-se de estar algemado durante a sessão judicial

A advogada de defesa de Jaime Gimenez Arbe, conhecido como «O Solitário», afirmou esta quarta-feira que o seu cliente tem a sensação de já estar condenado por ter sido obrigado a estar algemado durante a primeira sessão, noticia a agência Lusa.

Lígia Borbinha requereu ao tribunal que as algemas que o arguido ostentava fossem retiradas, para que este possa «defender-se convenientemente sem a sensação de que já está condenado à partida».

«Pelo menos é esse o sentimento que o arguido diz que tem ao ver-se algemado em pleno julgamento», frisou.

A advogada já tinha pedido ao tribunal, na primeira sessão, a 29 de Outubro, que o arguido fosse libertado das algemas, mas na altura o juiz presidente recusou, aludindo à «perigosidade» do suspeito.

Esta quarta-feira o tribunal acabou por acolher a pretensão da defesa de «O Solitário», embora reforçando a segurança no interior da sala.

As algemas foram retiradas, um dos guardas prisionais colocado atrás do colectivo de juízes, mantendo-se os restantes quatro a pouca distância do arguido.

A decisão do tribunal foi tomada na sequência do pedido da defesa e também da não oposição do Ministério Público.

«El Solitário»: Tribunal pede imagens de detenção a Espanha

O procurador Adérito Santos afirmou, a esse propósito, que Jaime Gimenez Arbe apresentou-se esta quarta-feira ao tribunal «mais calmo, nada fazendo prever qualquer explosão de violência».

Antes da audição da única testemunha que prestou declarações esta quarta-feira, foi presente ao tribunal a mala alegadamente usada por Gimenez Arbe onde estaria dissimulada uma metralhadora e que lhe foi apreendida aquando da detenção no exterior da agência bancária da Figueira da Foz.

A acusação sustenta que a metralhadora - modelo M3, de fabrico americano e capaz de disparar 90 a 120 tiros por minuto - se encontrava com o carregador colocado, pronta a ser usada, afirmação negada pelo suspeito.

«Com o carregador original cabe na mala, sem dúvida», demonstrou um inspector da PJ, perante a oposição de Gimenez Arbe, que alegou que aquele carregador não era o que transportava quando foi detido.

«Não estava assim colocada, não era possível pô-la assim, nem os carregadores [dois, unidos por fita adesiva] estavam aí [no compartimento principal da mala], estavam noutro lado», ripostou.

O arguido afirmou ainda que a mala presente a tribunal não era a sua, por ser de marca diferente da «Pierre Cardin» que transportava na altura, sustentou.

A sessão desta quarta-feira ficou ainda marcada por um pequeno incidente envolvendo jornalistas espanhóis destacados para o julgamento, que terão trocado algumas palavras com o arguido, dentro da sala de audiências - quando o julgamento foi suspenso por alguns minutos - apesar da proibição decretada pelo tribunal.

No reatamento o juiz-presidente criticou o comportamento de Gimenez Arbe: «O senhor esteve a falar em voz alta para os jornalistas e sabe que não é permitido entrevistas ou recolha de imagens dentro da sala», frisou o juiz.

O julgamento foi suspenso esta quarta-feira ao início da tarde e vai ser retomado dia 26, pelas 14h, para audição das seis restantes testemunhas da acusação - a defesa não indicou ninguém -, incluindo outros dois agentes da Polícia Judiciária.
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