Ministro recebe pescadores, paralisação mantém-se - TVI

Ministro recebe pescadores, paralisação mantém-se

Pescadores

Sector das pescas vai parar por tempo indeterminado a 30 de Maio

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O ministro da Agricultura e Pescas, Jaime Silva, comunicou esta segunda-feira às associações de armadores e pescadores que irá recebê-los quarta-feira, dois dias antes da paralisação por tempo indeterminado marcada para o sector.

O presidente da Associação de Armadores de Peniche, Humberto Jorge, disse à agência Lusa que, apesar da audiência com Jaime Silva, se mantém a paralisação da frota por tempo indeterminado marcada para 30 de Maio.

«Fomos informados hoje que o ministro está disponível para nos receber quarta-feira às 16h00. Não sabemos para falar sobre quê. Isso não quer dizer nada. Mantém-se tudo de pé, até nova decisão», disse Humberto Jorge.

O dirigente associativo referiu que as associações de armadores e sindicatos de pescadores de todo o país vão reunir-se quarta-feira, às 13h30, na sede da Associação Dos Armadores da Pesca Industrial (ADAPI), em Lisboa, para concertar as posições a assumir na audiência com o ministro e decidir o que fazer a seguir.

Ministro não recebe pescadores «há mais de dois anos»

Humberto Jorge referiu que na reunião de quarta-feira deverão ficar marcados o dia, hora e local de uma manifestação nacional que armadores e pescadores estão a preparar.

«Há mais de dois anos que não estamos com ele [Jaime Silva]. Desde que começou a crise dos combustíveis, nunca fomos recebidos pelo ministro, e já pedimos audiência há vários meses», salientou.

O presidente da Associação de Armadores de Peniche acusou a tutela de não se ter preparado para enfrentar a crise resultante do sucessivo aumento do preço dos combustíveis e, pelo contrário, se ter limitado a aumentar taxas.

«Em Janeiro, pedimos ao ministro para fazer um inquérito sobre a situação em que se encontra o sector. Não fez nada. Em vez de reestruturar o sector, foi aumentar as taxas. O sector está asfixiado com diversas taxas e impostos, directos e indirectos, das capitanias, da Docapesca e do Instituto Portuário», frisou.

Humberto Jorge deu como exemplo o recente «aumento de três para cinco por cento da taxa de comprador», aplicada pela Docapesca, empresa que, ironizou, «não é movível a gasóleo ou gasolina», pelo que não está a ser prejudicada pelo aumento do preço dos combustíveis.

«Queremos que o Governo reconheça a pesca como uma actividade que interessa ao país e que não merece morrer», afirmou Humberto Jorge, salientando que, a par da redução de taxas, os profissionais do sector querem que a tutela mostre interesse em «implementar uma política de maior proximidade».

Contactada pela Lusa, fonte do gabinete de Jaime Silva confirmou a audiência de quarta-feira, referindo que foram convidadas «todas as instituições que subscreveram o documento da fileira da peca», para abordar «as preocupações manifestadas relativamente à situação do sector».
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