Modelo morre na Expo: a chave do mistério - TVI

Modelo morre na Expo: a chave do mistério

Autópsia revela que jovem morreu da queda e não foi agredida na noite fatal. PJ ainda sem provas de homicídio

É para já um mistério digno de uma «investigação CSI». A verdade sobre a morte da jovem modelo Jeniffer Viturino, que na passada sexta-feira caiu do 15º andar da Torre São Rafael, no Parque das Nações, poderá estar na carta de despedida que terá deixado à família. A nota levanta o véu sobre a relação violenta que a jovem mantinha com o namorado, que está agora na mira da polícia.



Jeniffer Viturino, brasileira, estava em Portugal há vários anos e tinha um sonho: ser top model. Um desejo que terminou com uma queda às 7:30 da manhã, nas traseiras do prédio, envolta em mistério. Ao que o tvi24.pt apurou junto de fonte policial, «os indícios até agora recolhidos não apontam a intervenção de terceiros, sendo provável um cenário de suicídio». Ou seja, até ao momento a Polícia Judiciária não tem provas que sustentem um homicídio.

Um cenário provável, mas que «não está isento de dúvidas». A mesma fonte ressalva que «a investigação está a decorrer e que todas as possibilidades estão em aberto». O envolvimento do alegado namorado, e proprietário do apartamento de luxo de onde Jeniffer caiu, é uma das linhas de investigação que a PJ está a seguir.

Miguel Alves da Silva, empresário de 31 anos, estava dentro do apartamento quando tudo aconteceu. A PJ não revela o depoimento do jovem e o próprio recusa comentar o caso. As acusações de um relacionamento violento levantaram suspeitas sobre o que realmente aconteceu na madrugada de sexta-feira.



«A Jeniffer na mão dele era só dele»

A relação de Jeniffer e Miguel durava há pouco mais de um ano. A TVI conversou com as amigas da jovem modelo que caracterizam a relação dos dois como «complicada e violenta». «Várias vezes [disse que era agredida pelo namorado]», contou a amiga de Jeniffer que pede para não ser identificada, por receio de represálias.

«Ela aparecia aqui frequentemente com hematomas. Nódoas negras, marcada no braço, com arranhões. O normal de quando uma pessoa é espancada», completa. «A Jeniffer deixou de ter vida quando se juntou com o Miguel. Ele tinha as suas companheiras fora do relacionamento, mas a Jeniffer na mão dele era só dele. Ela não podia falar com ninguém na noite. Ciúmes, muitos ciúmes».

A amiga da jovem brasileira adianta ainda que as saídas para festas eram habituais e que era no regresso a casa que normalmente ocorriam as agressões. A noite de quinta-feira foi mais uma vez noite de saída, mas, ao que o tvi24.pt apurou, a autópsia revelou que as marcas que a jovem tinha no corpo estavam «cicatrizadas» e que «não eram contemporâneas da morte». Isto é, a jovem não foi agredida na noite em que acabou por morrer. Ainda segundo a autópsia, a modelo estava viva quando caiu, ou seja, foi a queda que matou Jeniffer.

«Suicídio? É completamente impossível»

Momentos antes da morte, Jeniffer terá escrito uma nota de suicídio onde confessa estar cansada da relação conturbada e pede perdão à família pelo acto que estaria prestes a cometer. A mãe afirmou à TVI que reconhece a letra da filha na carta, mas «não reconhece a filha» nas palavras escritas. A resposta está agora nas mãos do laboratório da PJ.

As perícias dos cientistas da Judiciária vão determinar se de facto foi Jeniffer que escreveu a carta e em que condição a terá escrito. Certo é que a tese de suicídio levanta muitas suspeitas «não só pela idade da jovem», confirma fonte policial, mas também pela vivência de Jeniffer.

«É completamente impossível. Dentro do grupo de amigas, a Jeniffer nunca dizia que se queria matar. Dizia sempre show de bola, bola para a frente», contam as amigas da modelo que descrevem ainda Jeniffer como «alegre, super divertida e sempre bem».
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