Acusado de matar ex-genro julgado em setembro em Anadia

O engenheiro agrónomo suspeito de ter matado o ex-companheiro da filha, em Oliveira do Bairro, será julgado a partir de setembro, no município vizinho de Anadia, devido à falta de condições do tribunal local, anunciou, esta quinta-feira, fonte judicial.

O julgamento que, a pedido da família, decorrerá com tribunal de júri, ou seja, com a presença de oito cidadãos (quatro efetivos e quatro suplentes), terá início no dia 06 de setembro, no tribunal de Anadia. «O tribunal de Oliveira do Bairro não tem condições para a acomodação de todas as pessoas na sala de audiências, que é muito pequena», disse à Lusa o juiz presidente da Comarca do Baixo-Vouga, Paulo Brandão.

O tribunal de Anadia, que foi o escolhido para acolher o julgamento, «é muito mais espaçoso e permite albergar com qualidade as pessoas», referiu o magistrado, adiantando que «estão a ser feitas algumas diligências, no sentido de adaptar a sala e arranjar mobiliário».

O processo de seleção de jurados começou esta quinta-feira no tribunal de Oliveira do Bairro, com a escolha de um primeiro grupo de uma centena de cidadãos a partir dos cadernos eleitorais do concelho. Posteriormente, a 05 de julho, será feito um sorteio para escolher 18 cidadãos e, só em setembro, deverá ser escolhido o grupo final de quatro membros efetivos e quatro suplentes.

O juiz presidente da Comarca do Baixo-Vouga assegurou ainda que o processo «não está a sofrer qualquer demora» pelo facto de o juiz escolhido para presidir ao coletivo de juízes para o julgamento, ter pedido escusa do processo.

O juiz Pacheco Duarte pediu para ser dispensado de presidir ao coletivo que julgará o caso, pelo facto de ser amigo da filha do homicida - a juíza Ana Carriço - estando a aguardar a decisão do tribunal da Relação de Coimbra.

No entanto, segundo Paulo Brandão, todos os atos do processo que caberiam ao juiz em causa estão a ser executados pelo juiz Jorge Bispo, outro juiz da comarca que está colocado em Águeda e que tem a seu cargo os processos de Oliveira do Bairro.

O caso remonta a 05 fevereiro de 2011, dia em que a vítima, um advogado de 35 anos, tinha ido encontrar-se com a filha, de quatro anos, conforme determinado no processo de regulação do poder paternal, no parque da Mamarrosa, em Oliveira do Bairro.

No local, também se encontrava o alegado homicida que, após uma discussão, terá puxado de um revólver e disparado seis tiros contra o ex-companheiro da filha.

Após o crime, o suspeito entregou-se no posto local da GNR, levando consigo o revólver utilizado.