Quinta das Amoreiras: habitações clandestinas demolidas - TVI

Quinta das Amoreiras: habitações clandestinas demolidas

Sociedade

Cinco famílias ficarão sem casa

Cinco famílias deverão ficar sem casa, depois de as suas habitações terem começado a ser demolidas esta quinta-feira, na Quinta das Amoreiras, Almada, por serem de construção clandestina em terreno privado, disse à Lusa uma das habitantes.

Os moradores destas casas clandestinas, na rua do Feijó, entre os quais dez crianças, afirmam-se revoltados com as demolições das habitações, que começaram hoje e vão prolongar-se durante os próximos dias, e prometem «acampar» no local até que lhes sejam atribuídas novas casas.

A primeira família a ser desalojada foi a de Célia Maria Maia, de 36 anos, com idades entre um e 13 anos, que vivia há doze anos na casa que viu hoje ser demolida.

A mulher afirma «não arredar pé» enquanto a Câmara Municipal de Almada ou a Segurança Social não «resolverem a situação».

Os terrenos onde estão as habitações são privados e a família de Célia Maia já havia sido avisada de que estava a decorrer uma acção em tribunal interposta pela proprietária, que resultou numa acção de despejo, hoje concretizada.

«Desde que recebi a carta do tribunal fui avisar a câmara de que precisava de uma casa porque corria o risco de ficar sem casa», explicou à Lusa a moradora, adiantando que a autarquia sempre respondeu que «não há fogos disponíveis».



Contactado pela Lusa, Rui Jorge, vereador da Habitação Social da Câmara de Almada, confirmou esta informação e referiu conhecer o caso desta habitante, mas explicou que existem «4.500 pedidos de habitação social» e de que «não há fogos disponíveis».

Das famílias que residem na Quinta das Amoreiras, apenas a de Célia Maia tem um pedido de habitação social pendente nos serviços camarários.

«Esta senhora tem familiares a viver em habitação social com os quais já viveu em determinado momento e nós como solução sugerimos que a Dª Célia Maia fosse viver novamente com os seus familiares, que em nada nos oporíamos», explicou o autarca.

Em resposta a esta sugestão, Célia Maia disse à Lusa não se entender com a família, com quem já viveu, e afirma dar «24 horas à câmara» para lhe «resolver o problema», lembrando que já «há mais de dez anos» tem avisado a autarquia de que iria «ficar na rua».

Outra sugestão apresentada pela Câmara de Almada a esta família foi contactar o número de emergência social, que poderá reencaminhar para instituições que poderão resolver «de imediato» a situação e de forma a «garantir provisoriamente» um local para que Célia Maia e os filhos não tenham que «pernoitar na rua», referiu ainda o vereador Rui Jorge.
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