Família da criança morta avança com processo-crime contra GNR - TVI

Família da criança morta avança com processo-crime contra GNR

Entrega das novas armas - Foto Miguel A. Lopes/Lusa

Loures: foi atingida a tiro quando os familiares fugiam de carro após um assalto

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O advogado dos familiares da criança baleada mortalmente segunda-feira pela GNR em Santo Antão do Tojal, Loures, disse esta terça-feira de madrugada à Lusa que os parentes vão avançar com um processo-crime por homicídio. Entretanto, a GNR informou que irá abrir um inquérito ao incidente que vitimou o menor.

Fernando Carvalhal disse que ainda não está decidido se a queixa-crime por homicídio será interposta contra a GNR ou contra o militar responsável pelo disparo mortal.

O advogado dos assaltantes, um dos quais pai da criança de 12 anos que faleceu, afirmou que a prioridade para já é «apoiar a família inconsolável e promover a defesa das duas pessoas que vão ser presentes a tribunal».

Os suspeitos, detidos no posto da GNR de Bucelas, serão presentes esta manhã ao Tribunal de Loures.

Acusação de furto e desobediência à ordem de paragem da GNR

«Estão detidos sob acusação de furto e por terem desobedecido à ordem de paragem da GNR», declarou o causídico à Agência Lusa, salientando que «a desobediência [à ordem de paragem] não terá posto em risco a vida do militar», que se atirou para o lado para não ser abalroado pela carrinha em fuga.

Menor estava visível, assegura advogado

«Quando se manda parar uma viatura e esta não pára, mesmo nessa circunstância, não se justifica fazer cinco disparos à carrinha, ainda para mais quando viajava uma criança à janela», argumentou Fernando Carvalhal, afirmando que o menor estava visível porque «a janela ia aberta».

GNR abre inquérito ao incidente que causou a morte de criança

Criança morre em assalto após tiros da GNR

O advogado considera existir uma «franca discrepância no testemunho dos guardas». «É uma situação claramente deficitária em termos de informação, relativamente ao procedimento da guarda e ao uso das armas de fogo. Isso tem de ser muito bem apurado», frisou, admitindo que «é uma situação ainda muito fresca. Não se pode concluir nada».

Na opinião do advogado, «é fácil determinar qual foi o projéctil que vitimou a criança e qual foi a arma que o disparou e saber quem foi o responsável».

Relativamente ao material encontrado na carrinha Ford Transit em fuga, e que segundo a GNR terá sido furtado num estaleiro de obras, o advogado adiantou que «na perspectiva dos detidos, trata-se da recolha de ferros usados em obra».

«Não estavam fechados [os ferros] mas não consegui verificar se estava vedado o acesso. Parece-me que estavam ao ar livre», afirmou.

Fernando Carvalhal disse ainda ter sido informado pela polícia de que foi encontrada na carrinha, «em local que não era de fácil acesso», uma pistola de calibre 6.35 milímetros mas que esta «estava descarregada e sem sinal de ter feito fogo».
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