Mosquito do dengue está a expandir - TVI

Mosquito do dengue está a expandir

Mosquito

Insecto já foi detectado fora do Funchal, mas novas desinfestações estão atrasadas

Relacionados
NOTÍCIA ACTUALIZADA

O «Aedes Aegypti», mosquito potencialmente portador dos vírus do dengue ou febre amarela, está a expandir-se para fora do Funchal, mas problemas burocráticos com o Tribunal de Contas estão a atrasar novas desinfestações, disse à Lusa fonte oficial.

O presidente do Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais IP-RAM, Maurício Melim, referiu que, «em 2005, o mosquito estava confinado à freguesia de Santa Luzia e, posteriormente, expandiu-se para Santa Maria Maior, Sé, São Pedro e Imaculado Coração de Maria».

«Fora do Funchal há, efectivamente, indícios de que já terá chegado ao Concelho de Câmara de Lobos (Oeste), onde ainda hoje foram recolhidas amostras que parecem confirmar essa situação», adiantou. «Assim, é natural que também a freguesia de São Martinho (Oeste do Funchal) esteja já afectada».

O responsável estava à espera da expansão do «Aedes Aegypti» neste Outono, «em que se registam condições atmosféricas iguais às dos últimos três anos, com chuva, temperaturas e humidade altas, favoráveis à sua proliferação».

«Até ao momento, não foi detectado qualquer insecto que fosse portador de qualquer vírus infeccioso», garantiu. «Também nos casos em que houve pessoas picadas pelo mosquito, não foram detectados quaisquer casos de doenças infecciosas», acentuou.

As medidas que estão a ser tomadas

Quanto às medidas que estão a ser tomadas para «atenuar» a presença do insecto - «qualquer combate não é 100 por cento eficaz, apenas atenua, pois só as descidas da temperatura conseguem resolver o problema», referiu, Maurício Melim, que disse também ter sido efectuada, no final do ano passado e durante este primeiro semestre, «toda a vertente de combate físico».

«Foram destruídos os ninhos de ovos, as larvas e feitas as desinfestações químicas até ao primeiro semestre de 2008», disse. Quando se preparava novo programa de desinfestação, programado para esta altura, recorrendo, como habitualmente, à empresa Extermínio, «o Tribunal de Contas recomendou que este contrato só poderia ser feito através de Concurso Público, que está a demorar mais do que o previsto».

«Os profissionais de saúde da Região estão alertados e formados sobre o problema e qualquer suspeita de uma pessoa eventualmente infectada será imediatamente conduzida à Unidade Central de Doenças Infecciosas, no Hospital dos Marmeleiros». «Já houve vários casos destes, não sei precisar quantos, mas todos revelaram-se negativos», concluiu.

Sem alarme

O director-geral de Saúde, Francisco George, garante não existir em Portugal Continental o mosquito que transmite o vírus do dengue, mas admite que este possa vir a aparecer no território devido às alterações climáticas.

Em declarações à Agência Lusa, o responsável explicou que nos últimos meses foram analisados dezenas de milhar de mosquitos, capturados por armadilhas montadas em todo o país no âmbito de uma rede de vigilância criada em Abril, não tendo sido encontrado nenhum da espécie que transmite o vírus.

«Em Portugal Continental nunca foi encontrado nenhum mosquito que transmite o dengue, mas não excluímos a possibilidade de ele aparecer, por causa das alterações climáticas. Por isso, as autoridades portuguesas estão atentas ao problema e criaram uma rede de vigilância», afirmou Francisco George.

O director-geral de Saúde (DGS) adiantou que na Madeira está identificada a presença do mosquito Aedes, responsável pela transmissão da doença, mas nenhum exemplar está infectado com o vírus, pelo que «uma picada não acarreta perigo».
Continue a ler esta notícia

Relacionados