Pescadores madeirenses não aderem à greve

Os armadores e pescadores da Madeira «estão solidários» com os colegas continentais, mas não vão aderir à greve nacional, porque na região o aumento do preço dos combustíveis é minimizado com a ajuda do Governo Regional, noticia a agência Lusa.

«Somos solidários com os continentais, sentimos o problema, mas na Madeira este é minimizado com a ajuda dada pelo Governo Regional. Neste momento a situação está controlada e não há razão que justifique fazermos greve».

Luís Calaça realçou que os armadores insulares estão «preocupados, apreensivos com o aumento dos combustíveis. Se a situação continuar a agravar-se podemos chegar a pedir mais ajuda ao Governo Regional». No entanto, o Governo Regional diz «ser difícil» aumentar o apoio que dá ao sector pesqueiro madeirense.

Em declarações à agência Lusa, o secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, Manuel António Correia, garantiu que o executivo madeirense, «apesar das dificuldades impostas pelo garrote financeiro do Governo da República, tem demonstrado sensibilidade para com o sector pesqueiro desta região».

Salientou que «desde 2004, o executivo madeirense criou uma ajuda específica (7,5 cêntimos/por cada litro de gasóleo), o que reduz os custos, e vai manter esse apoio apesar do momento difícil».

«Contudo, neste momento, aumentar essa ajuda é difícil, não por falta de sensibilidade, mas devido às dificuldades financeiras que o Governo da República tem criado à região».

Os pescadores e armadores do Continente agendaram uma paralisação para 30 de Maio por tempo indeterminado, protestando pela escalada do preço dos combustíveis.

Luís Calaça é o responsável por uma associação de reúne cerca de 90 armadores, «a quase totalidade dos existentes na Madeira». Sobre o futuro, apesar da apreensão, conclui «o peixe é que vai dizer».