Maddie: a hora da verdade - TVI

Maddie: a hora da verdade

Madeleine [montagem - arquivo]

PGR prometeu «solução» para o «caso Maddie» esta segunda-feira

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O caso do desaparecimento de Madeleine McCann, ocorrido em Maio de 2007 na Praia da Luz, Lagos, conhece segunda-feira «uma solução», a anunciar pela Procuradoria-Geral da República, que poderá passar por novas diligências ou o arquivamento.

Para trás ficam 14 meses de investigação, que implicou a constituição de três arguidos por suspeita de envolvimento no desaparecimento da criança - os pais, Kate e Gerry, e o luso-britânico Robert Murat, que morava perto do aldeamento turístico «Ocean Club», onde a família McCann passava férias, acompanhada de alguns amigos ingleses.

Madeleine McCann, na altura com quase quatro anos, desapareceu ao início da noite de 03 de Maio do ano passado do interior do apartamento, onde dormia acompanhada dos dois irmãos gémeos, mais novos, enquanto os pais e os amigos jantavam num restaurante próximo.

Da tese inicial de rapto, a investigação mudou de rumo no Verão passado, admitindo-se a possível morte da criança, com as suspeitas a recaírem sobre os pais. O mistério e a aparente falta de pistas sólidas e motivações para explicar o desaparecimento da menina transformaram este caso num dos processos mais mediáticos de sempre.

«Provas plantadas»

Em Setembro, após receber os resultados das primeiras análises forenses, a Polícia Judiciária passou a centrar as suspeitas nos pais, por alegada ocultação do cadáver, admitindo a morte como «a causa provável para o desaparecimento da menina», o que gerou uma onda de críticas aos investigadores portugueses, a quem o casal acusou de «plantar provas» para os incriminar.

Os pais de Maddie decidiram então regressar ao Reino Unido, apesar de terem sempre garantido que só sairíam do Algarve quando encontrassem a filha. O seu regresso a Portugal chegou a estar previsto em final de Maio para participarem numa reconstituição dos factos, mas a diligência seria anulada devido à falta de quatro amigos com quem o casal passava férias na Praia da Luz aquando do desaparecimento.

Maddie «está viva»

Entretanto, os pais, que continuam a acreditar que a filha está viva, lançaram uma campanha em Estrasburgo a defender a criação de um sistema europeu de alerta para crianças desaparecidas, um sistema semelhante ao que existe nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.

Na próxima segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciará, conforme prometeu na semana passada o procurador-geral, Pinto Monteiro, uma «solução» para o caso Maddie.

O caso poderá ser arquivado, de acordo com notícias surgidas recentemente, sendo também essa a convicção do antigo coordenador da Judiciária Gonçalo Amaral, uma hipótese entretanto desmentida por Pinto Monteiro, que garantiu ser «absolutamente prematuro» afirmar-se que esse será o destino do processo.

Demissão esconde a verdade?

No entanto, o ex-coordenador da PJ de Portimão, que esteve à frente do caso desde o início, acredita que o seu afastamento, em Outubro do ano passado, revelou que o caso será arquivado.

«No dia em que saí, soube que o processo ia ser arquivado», afirmou Gonçalo Amaral, numa entrevista ao Expresso no início deste mês, em que criticou a sua demissão: «Foi uma decisão injusta e perigosa».

Amaral foi demitido e afastado do caso pela direcção nacional da PJ na sequência de uma entre muitas trocas de acusações, tendo afirmado que a Polícia britânica - que havia colaborado nas investigações - andava «a fazer o que o casal [McCann] queria».

No final de Junho, Gonçalo Amaral reformou-se da PJ, com o objectivo de adquirir «a plenitude» da sua «liberdade de expressão», de forma a poder defender-se, o que promete fazer num livro cujo título poderá ser «A Verdade da Mentira», a ser divulgado em breve, quando terminar o segredo de Justiça do processo - que, em Maio, foi prorrogado por mais três meses.
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