A invenção contra as cheias que ninguém quis - TVI

A invenção contra as cheias que ninguém quis

  • Portugal Diário
  • 21 fev 2008, 11:22
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Português diz ter encontrado a solução para os problemas actuais

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Uma invenção portuguesa premiada no estrangeiro para protecção de imóveis contra inundações continua na gaveta do inventor, Fernando Gonçalves, no Fundão, por falta de investidores, informa a agência Lusa.

Para Fernando Gonçalves, a invenção «é capaz de evitar prejuízos causados por inundações, como os dos últimos dias nos distritos de Lisboa e Setúbal». «O protótipo recebeu nota positiva num parecer do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)», disse, lamentando que a falta de capitais próprios e de investidores o impedem de passar de um protótipo para um modelo com aplicação prática.

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«Se me dedicasse a produzi-lo por medida, acho que ia ter procura. Mas era preciso capacidade financeira para montar o negócio e arrancar», referiu o desenhador projectista, actualmente desempregado.

«Invenção simples»

A invenção em si «é muito simples», pois é constituída por duas placas de PVC, que se aplicam, por exemplo, nas portas das habitações, com a altura que o cliente quiser para o proteger do nível das águas. As placas são vedadas com borracha, que as tornam estanques. São articuladas com dobradiças e um extensor que lhes aplica força contra a soleira e caixa das portas ou montras, vedando a passagem de água.

«Nem vale a pena comparar isto com areia ou outros materiais. Para além de ser um absurdo e incómodo pensar em ter sacos de areia em quantidade para proteger cada casa, não dão tanta segurança face ao avanço das águas como esta invenção», sublinhou Fernando Gonçalves.

O sistema «anti-cheias» nasceu em 2001, «depois das inundações que afectaram todo o país. Pensei que poderia fazer algo simples para evitar os prejuízos», afirmou. Chegou a receber contactos de «indústrias de moldes de plástico, interessadas em produzir o sistema em série, mas isto é um produto que tem que ser feito por medida para cada porta».

O inventor está certo de que o Aquastop seria «certamente mais barato que os prejuízos que as pessoas têm com as inundações», apontando um valor entre 300 a 400 euros como ponto de partida para a instalação.

A ideia está associada a uma outra: uma rede de sensores instalada em pontos estratégicos do solo, em ruas ou bairros, e que emita uma aviso quando determinado nível de pluviosidade acumulada foi atingida: «Esse alerta de inundação iminente serviria para as pessoas colocarem as suas protecções. Mas isso não passa de uma ideia».
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