Açores: denúncias de violência doméstica acima da média - TVI

Açores: denúncias de violência doméstica acima da média

Violência Doméstica: 31 mulheres mortas em 8 meses

1.200 casos num ano representam uma taxa dois terços superior à média nacional

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O arquipélago dos Açores regista uma taxa de denúncias de casos de violência doméstica dois terços superior à média nacional, números que estão a ser analisados por especialistas para «compreender melhor» esta realidade e as suas causas, refere a Lusa.

Paulo Machado, da Direcção-Geral da Administração Interna revelou nesta segunda-feira em Ponta Delgada que «nos últimos dois anos, os casos reportados às forças de segurança situam-se dois terços acima dos valores médios nacionais».

Fonte policial afirmou que a PSP registou no ano passado 1.200 denúncias de violência doméstica nos Açores.

Paulo Machado, que falava à margem do colóquio «Violência Conjugal», integrado num estudo que o Centro de Estudos Sociais da Universidade dos Açores está a desenvolver, salientou que os Açores «não são um caso estranho», mas frisou que «é preciso compreender» esta taxa de incidência, muito superior à média nacional.

«Vamos compreender em profundidade algumas situações tipo, como é o caso das características sociais e individuais que estão associadas às situações de violência», explicou o investigador, acrescentando que o estudo foi iniciado em finais de Janeiro e deve ficar concluído em Novembro.

Conhecer números permitirá à PSP melhorar actuação

Na perspectiva de Paulo Machado, o melhor conhecimento da realidade associada aos casos de violência doméstica também permitirá que a Polícia de Segurança Pública (PSP) melhore a sua actuação nesta área.

Por seu lado, a coordenadora do projecto, Piedade Lalanda, considerou que o fenómeno assume taxas superiores nas ilhas açorianas devido a uma «intervenção maior» do que a que ocorre no Continente.

«Não nos podemos esquecer que a região foi pioneira na criação de uma casa abrigo para mulheres vítimas de maus tratos, em 1997, quando no Continente só mais recentemente é que começaram a difundir-se», sustentou.

Piedade Lalanda defendeu ainda que existe no arquipélago «uma maior proximidade» entre os serviços de acolhimento e os habitantes, que pode estar na origem de um maior número de denúncias.
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