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Epilepsia: medicamento português passa nos testes

Ciência (arquivo)

Provas feitas em humanos «demonstraram uma redução significativa da frequência de crises parciais»

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Os testes feitos em seres humanos com o novo medicamento anti-epilepsia dos Laboratórios Bial, o primeiro desenvolvido em Portugal, «demonstraram uma redução significativa da frequência de crises parciais», anunciaram

esta quinta-feira os seus autores, escreve a Lusa.

Os testes envolveram mais de mil doentes com epilepsia parcial refractária de 23 países, tratados durante doze meses com o novo medicamento, denominado Zebinix, e «em toma única diária, em associação com outros agentes anti-epilépticos, demonstraram uma redução significativa da frequência de crises parciais».

«Estes estudos serviram de suporte ao dossier submetido à Agência Europeia do Medicamento (EMEA) em Março de 2008. A submissão nos Estados Unidos está prevista para o final de 2008 ou início de 2009», adianta a Bial em comunicado.

Os estudos, elaborados na chamada «Fase III» da investigação farmacêutica (em seres humanos), foram já apresentados à classe médica na IX Conference on New Anti-epileptic Drugs.

Zebinix, cujo princípio activo é o acetato de eslicarbazepina, actua inibindo selectivamente as células nervosas que estão na origem das crises epilépticas e é o primeiro anti-epiléptico desenvolvido por uma empresa portuguesa.

«O tratamento com Zebinix demonstrou uma melhoria acentuada e sustentada nos doentes com epilepsia que eram resistentes ou refractários à sua terapêutica actual», garante o laboratório.

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Os doentes que foram incluídos nos diferentes estudos tinham uma história de pelo menos quatro crises parciais por mês, apesar de se encontrarem em tratamento com até três anti-epilépticos.

Zebinix, em toma única diária, em doses de 800mg e 1200mg, foi significativamente mais eficaz que o placebo na redução da frequência das crise durante um período de manutenção de 12 semanas e demonstrou uma redução sustentada do número de crises durante um ano de tratamento aberto.

«O perfil de segurança de Zebinix é bastante favorável, tendo a grande maioria dos doentes continuado o tratamento, dada a baixa incidência de efeitos secundários, principalmente ao nível do sistema nervoso central», refere a Bial.

Fundada em 1924, a Bial disponibiliza diversos produtos em mais de 30 países nos quatro continentes, sendo o maior grupo farmacêutico português, com sede em S. Mamede do Coronado.

Os investimentos da bial na área da investigação permitiram a sua admissão na EFPIA (Federação Europeia da Industria Farmacêutica), que reúne as companhias de investigação líderes do sector farmacêutico europeu e se dedica a estimular a pesquisa e desenvolvimento de novas soluções terapêuticas.
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