Médiuns: como não ser enganado - TVI

Médiuns: como não ser enganado

Encontro do Oculto

São videntes, tarólogos, deitam búzios e até fotografam a aura dos humanos. Organizam feiras para mostrar que «ainda há gente séria» e até ensinam a desmascarar «charlatães». Histórias dos «Encontros do Oculto»

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Mestre Alves andou pelo país a desafiar tarólogos, médiuns e videntes para participarem no «Encontro do Oculto», mas, tal como esperava, a maioria recusou o convite. «Não quiseram dar a cara porque sabem que são charlatães», atira o médium exorcista que organizou as várias feiras de ciências ocultas que têm percorrido o país.

Médiuns, tarólogos, leitores de búzios e fotógrafos da aura humana assentaram arraiais esta sexta-feira no Edifício da Alfândega do Porto onde ficam até 3 de Dezembro.

«Estamos aqui para demonstrar que ainda há gente séria», justifica mestre Alves. As receitas das feiras são entregues a instituições de solidariedade social. Esta sexta-feira foi a vez de doar 2500 euros ao Centro de Acolhimento Mãe de Água de Valongo, que acompanha crianças. O dinheiro foi angariado num dos últimos seis encontros realizados.

Regra número um para não ser enganado

Regra número um para não ser enganado: «Diga o nome e a data de nascimento e mais nada. Se estiver na presença de um verdadeiro médium ele vai saber por que está ali». Há casais que entram um a seguir ao outro «para ver se as informações batem certo», acrescenta mestre Alves.

O cheiro a incenso, os letreiros afixados nas barraquinhas a anunciar «vidente» «exorcista» «fotografia de aura», as bruxas, as ervas com poderes curativos e as vestes fora do comum (apenas em casos pontuais) não deixam margem a dúvidas: para lá da porta entra-se num mundo diferente.

Da rua vêm «energias negativas» que o incenso tenta apagar e que os budas da taróloga D. Maria Antónia afastam para muito longe.

«Já há médicos e psiquiatras a trabalhar com os médiuns e o futuro passa mesmo por aí», assegura-nos mestre Alves, após relatar vários episódios em que a sua intervenção fez corar de vergonha a mais moderna medicina. «Já curei muita gente que estava internada há cinco e seis anos», assegura.

Fez a previsão e levou «um par de chapadas»

Tudo começou aos 15 anos com uma inconfidência: «Disse a um homem meu conhecido: «vais sair da tua mulher, ela vai meter-te os cornos». A revelação valeu-lhe «um par de chapadas», mas a verdade é que «dois anos depois, a mulher dele fugiu com um colega».

Já trabalhou com o médium Zandinga, entretanto falecido, tem um grande clube português de futebol como cliente habitual e até apoia um político «famoso» que «transmite muita segurança quando fala em público, mas que por dentro é extremamente inseguro».

Os poderes que garante ter servem para a magia branca, mas também para fazer mal. «Quando o meu clube joga, faço magia negra e bloqueio os adversários», admite. Não há memória de uma equipa que ganhe todos os jogos, mas mestre Alves garante que o seu cliente anda lá muito perto.

Vive das consultas que dá e dos exorcismos que faz pelo país e no estrangeiro. Os três consultórios em Nova Iorque, França e Luxemburgo recebem a sua visita de três em três meses. «Quando junto 100 consultas, vou até lá».



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