Demência é um «problema muito grave em Portugal»

A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) apelou esta sexta-feira ao Governo para que este reconheça a demência como um problema com bastante gravidade em Portugal.

«A demência é um problema muito grave em Portugal e que não é reconhecido, não existe uma rede ou unidades específicas para demências», afirmou, em declarações à Lusa, Manuel Caldas de Almeida, do Secretariado Nacional da UMP.

Segundo o responsável, que esta sexta-feira participou no Congresso Internacional das Misericórdias Portuguesas, que decorre até sábado no Porto e em Gaia, «entre 25 a 30 por cento das pessoas nos lares das misericórdias têm demência».

À agência Lusa, Caldas de Almeida referiu ainda estar já em curso um projeto que procura dar resposta a este problema e que passa pela abertura, já no primeiro semestre de 2013, de uma unidade específica, em Fátima.

«Só queremos que [o Governo] assine um papel a dizer que reconhece o projeto. Por enquanto, não queremos dinheiro, só queremos dizer que este é um problema, dizer a todos que o problema existe e que vamos estudar uma maneira de dar alguma qualidade de vida a estas pessoas», sublinhou Caldas de Almeida.

Para além da unidade em Fátima, em fase final de construção, o projeto prevê também identificar, em 20 lares das misericórdias, quantas pessoas sofrem de demência e realizar «um plano» direcionado para a prestação de cuidados específicos para essas mesmas pessoas.

Caldas de Almeida frisa: «Pretendemos dizer que há pessoas com demências, ver quem são, identificá-las e desenhar um programa para dar os cuidados de que elas precisam». Acrescenta ainda ser possível evitar os efeitos secundários da demência, agitação, ansiedade e alucinação, em 90 por cento dos casos»

A demência é uma síndrome provocada por lesões cerebrais, normalmente associada a idosos, e que provoca uma drástica diminuição das capacidades cognitivas.