Porto: testemunhas confirmam suspeitos - TVI

Porto: testemunhas confirmam suspeitos

Bruno Pidá foi detido no âmbito da operação «Noite Branca» (João Abreu Miranda/Lusa)

Foram chamadas à PJ para identificar os autores do homicídio de Miragaia e reconheceram-nos. «Berto Maluco» disse à PJ que Pidá e mais dois mataram Aurélio Palha. Testemunho não vai servir de prova porque não foi feito perante um juiz ou MP. Seis arguidos foram libertados. Indícios de terrorismo caíram

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Três testemunhas que afirmam ter visto Bruno Pidá e outros arguidos dispararem sobre Ilídio Correia, o segurança de Miragaia, abatido a tiro na madrugada de 29 de Novembro, estiveram no passado domingo nas instalações da Polícia Judiciária do Porto para procederem ao reconhecimento de dois suspeitos.

De acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário, apenas um dos arguidos foi identificado presencialmente, já que o outro recusou submeter-se ao reconhecimento, alegando a ausência de pessoas com características físicas semelhantes para serem colocadas lado a lado com o suspeito.

As testemunhas tiveram, assim, de proceder ao reconhecimento fotográfico deste suspeito. Ambos foram identificados pelas testemunhas como tendo sido autores dos crimes, juntamente com Bruno Pidá e outro arguido. Estes últimos não precisaram de ser identificados.

O reconhecimento presencial deve ser feito na presença de duas pessoas com as maiores semelhanças possíveis com o suspeito e que são colocadas ao lado deste, trajando de forma idêntica e, se possível, na mesma posição em que o suspeito foi visto pelas testemunhas no cenário do crime.

Ainda de acordo com as informações recolhidas pelo PortugalDiário, uma das testemunhas que presenciou o crime, ocorrido em Miragaia, prestou depoimento sem que o seu nome constasse do auto de inquirição, isto como medida de protecção da testemunha.

Berto acusou Pidá e mais dois pelo homicídio de Aurélio Palha

Alberto Ferreira, o segurança abatido a tiro no passado dia 9 de Dezembro, em Gaia, tinha denunciado Bruno Pinto (Pidá) e mais dois indivíduos, todos detidos no domingo, pela autoria da morte do empresário Aurélio Palha, na madrugada de 27 de Agosto.

De acordo com uma fonte judicial ouvida pelo PortugalDiário, as declarações de «Berto Maluco» só não podem ser usadas em tribunal porque apenas foram prestadas à PJ. Refira-se que o Código de Processo Penal admite a leitura de declarações de uma testemunha, entretanto falecida, desde que aquelas tenham sido prestadas perante um juiz de instrução criminal ou diante o Ministério Público.

Caso «Berto Maluco» tenha revelado o que viu a algum familiar ou conhecido, o testemunho indirecto dessa pessoa poderá ser valorado como prova. Tal só acontece quando a inquirição da fonte seja impossível, designadamente por morte.

Alberto Ferreira é a única testemunha ocular conhecida do homicídio de Aurélio Palha, apesar de fonte judicial assegurar que há mais elementos de prova neste caso, designadamente testemunhal.

«Berto Maluco», como era conhecido o segurança, conversava com o proprietário da discoteca «Chic», à porta daquele espaço de diversão nocturna, quando ocorreram os disparos.

Berto suspeito da autoria do primeiro homicídio de seguranças

Refira-se que Alberto Ferreira era suspeito da autoria do homicídio do segurança Nuno «Gaiato», a 13 de Julho, na discoteca «El Sonero». Nuno era amigo de «Pidá», o alegado líder do grupo da Ribeira.

Além disso, Berto terá sido o autor da agressão, cerca de uma hora antes do homicídio do empresário portuense, ao proprietário de um ginásio do Porto, na sequência de um jantar no restaurante «Boi na Brasa», onde estiveram ainda presentes Aurélio e o líder da claque dos SuperDragões, Fernando Madureira.

O homem agredido, que já esteve ligado à segurança nocturna, deslocou-se ao hospital na companhia de Fernando Madureira, cerca das três da madrugada.

Meia hora depois, às três e meia da manhã, o patrão da noite portuense era assassinado à porta da discoteca «Chic», quando se dirigia para o carro.

A vítima foi baleada várias vezes, uma delas na cabeça, tendo os disparos partido do interior de uma viatura escura que se pôs em fuga. As autoridades admitem que Berto fosse o alvo a abater, mas este conseguiu esconder-se atrás de um muro, escapando ileso. Acabou por ser abatido à porta de casa, no passado dia 9 de Dezembro.
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