Tua: Refer garante reposição e reforço na linha

O Partido ecologista «Os Verdes» manifestou esta sexta-feira «desconfiança» relativamente ao futuro da linha do Tua, apesar das garantias por parte dos responsáveis pela infraestrutura quanto à reposição da circulação e reforço da segurança. A notícia foi avançada pela agência Lusa.

Uma delegação do partido encontrou-se nos últimos dois dias com diversas entidades ligadas à linha, na sequência do acidente de 12 de Fevereiro que provocou três mortos e dois feridos.

Segundo disse à Lusa a deputado dos Verdes, Manuela Cunha, uma das audiências foi com a Refer, a empresa responsável pela linha.

De acordo com a deputada, a Refer «assegurou que a linha vai ser reposta e, para além das obras no local do acidente, vão ser feitos investimentos no reforço da segurança».

A deputada anunciou que o partido vai tomar diversas iniciativas parlamentares sobre o assunto, nomeadamente perguntar ao Governo sobre a disponibilidade financeira para estas obras, uma vez quer «nos últimos anos a dotação orçamental para a Refer tem sido reduzida».

Os Verdes lembram que, no Verão passado, levaram a cabo várias iniciativas em defesa das chamadas linhas estreitas como a do Tua, considerando que estas acções «contribuíram para o governo recuar relativamente à intenção de encerrar estas linhas, manifestada pelo Ministro das Obras Públicas».

O partido promove, no início de Maio, no Porto, uma conferência internacional sobre o transporte ferroviário.

Segundo a deputada Manuela Cunha, na iniciativa participam deputados dos Verdes no parlamento Europeu, membros do partido de diversos países da Europa e entidades ligadas ao sector ferroviário.

Segundo disse, embora a empresa não tenha avançado uma data concreta para a execução dos trabalhos de reparação da linha, estes «devem ser morosos».

Uma composição do metro de Mirandela ao serviço da CP descarrilou ao início da noite de 12 de Fevereiro, pouco depois de ter partido do Tua, arrastando os cinco ocupantes por uma ravina com cerca de 60 metros.

As causas do acidente, atribuído a um deslizamento de pedras, estão ainda a ser investigadas.

A circulação mantém-se na maior parte da linha, entre Mirandela e a Brunheda, sendo o restante percurso até ao Tua feito por uma carrinha de nove lugares ao serviço da CP.

Ainda segundo a deputada, a Refer tem previsto, para além dos trabalhos no local do acidente, um investimento de 1,5 milhões de euros na segurança da linha, estando a empresa a estudar as melhores soluções para o terreno acidentado em parceria com o Instituto Tecnológico do Porto HFI.