Ateus acham «inoportuna» a visita de Bento XVI

A Associação Ateísta Portuguesa (ATP) considera a visita de Bento XVI a Portugal «inoportuna» devido aos «escândalos de pedofilia em que está rodeado o Vaticano».

O presidente da ATP, Carlos Esperança, disse à agência Lusa que a visita oficial, entre 11 e 14 de Maio, «é indesejável», não devendo Portugal acolher «um homem que está sob suspeita policial internacional de ocultação de crimes».

A Associação enviou uma carta à Conferência Episcopal Portuguesa para pedir o adiamento da visita até ao «cabal esclarecimento» do alegado envolvimento de Bento XVI no «encobrimento» dos casos de pedofilia na Igreja Católica.

Realçando que a ATP tem respeito pelas liberdades religiosas, Carlos Esperança contestou também o «dinheiro gasto» com a visita numa altura de crise, sustentando que «quem devia pagar a visita era os crentes, não o Estado».

«A sustentação do culto cabe aos crentes de cada religião e Portugal não pode privilegiar uma religião em detrimento de outras», até porque, adianta, «somos um Estado laico».

O presidente da Associação Ateísta Portuguesa manifestou-se, igualmente, «perplexo» com os três dias de tolerância de ponto para os funcionários públicos, uma vez que nunca lhe constou que uma visita de um Chefe de Estado a Portugal «tenha direito a tolerância de ponto».

O responsável pela associação vai mais fundo e diz que não reconhece no papa «qualidades éticas que superem as de outros Chefes de Estado».