Nazaré: confusão na lota

Um grupo de três dezenas de pescadores e armadores da Nazaré concentraram-se desde o final da tarde de segunda-feira junto do porto local, para impedir a saída de um pesado de mercadorias que terá ido ao local carregar peixe.

«Nós deixámos o camião entrar mas ele não pode sair», explicou Miguel Lameiro, um dos elementos do piquete que rodeia a entrada do porto e revista todos os veículos, ligeiros ou pesados, que saem daquelas instalações.

«O motorista é espanhol» e «nós pensamos que ele veio aqui carregar peixe» já que a Docapesca da Nazaré é «muito utilizada por um grande revendedor» como local de transferência de pescado.

«Nos últimos dias, já saiu daqui muito peixe mas nós agora decidimos avançar com este piquete», acrescentou Miguel Lameiro, salientando que os armadores e pescadores autorizam a entrada e saída de pessoas, desde que os carros sejam revistados.

«Os próprios proprietários (do pescado) têm vindo aqui com viaturas particulares» para «ver como é que as coisas estão» mas «não tiraram nada», revelou.

Nas últimas horas, alguns proprietários de embarcações de pesca desportiva puderam sair com algum peixe depois do piquete ter recebido garantias de que este não iria ser comercializado.

«Nós não estamos contra ninguém, só quem quer furar a greve», acrescentou Miguel Lameiro.

A paralisação foi convocada na sequência do aumento dos combustíveis e, nos portos de pesca, armadores e pescadores reuniram-se para impedir a saída de qualquer barco ou do pescado que ainda exista nas lotas.