Confissão de alegado estripador levou à reabertura do inquérito - TVI

Confissão de alegado estripador levou à reabertura do inquérito

Estripador

Confirmou o responsável da Polícia Judiciária ouvido em tribunal

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O responsável da Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro, Teófilo Santiago, justificou hoje a reabertura do inquérito para investigar o homicídio de uma prostituta encontrada morta em 2000, em Cacia, com uma confissão feita pelo presumível homicida a duas jornalistas.

José Guedes, que assumiu ser o denominado «estripador de Lisboa», em conversas mantidas com duas jornalistas, está a ser julgado no tribunal de Aveiro pelo assassínio de uma prostituta de 18 anos, em janeiro de 2000, único crime que ainda não prescreveu.

Teófilo Santiago, que foi ouvido como testemunha de defesa de José Guedes, disse que os factos contados pelo arguido «tinham correspondência com o crime que tinha ocorrido em Cacia», o que, na sua opinião, «era razão bastante para que fosse reaberto o inquérito».

Questionado pela advogada de José Guedes sobre a falta de provas do crime, o responsável da PJ disse entender, como uma «boa» prova, a confissão feita às jornalistas, apesar de, posteriormente, o arguido ter negado a autoria dos crimes, às autoridades policiais e judiciárias.

Teófilo Santiago adiantou ainda que a investigação partiu da confissão do arguido e de pormenores que o mesmo deu sobre o crime. «Se não fossem os dados fornecidos pelo arguido, não iríamos identificar aquele crime», afirmou.

A testemunha chamou ainda a atenção para um parecer do Laboratório de Polícia Científica, segundo o qual é inferior a 0,001% a probabilidade de um indivíduo acertar a freguesia em que ocorreu um dos sete homicídios de mulheres que ficaram por esclarecer naquele ano.

Ainda na mesma sessão, o tribunal indeferiu os requerimentos apresentados pela defesa de José Guedes para a audição do criminalista Barra da Costa, e de realização de nova perícia ao arguido, invocando «razões de celeridade impostas pela medida de coação a que está sujeito o arguido».

O tribunal entendeu ainda não ser «essencial nem pertinente» a produção de prova suplementar.

Pelas mesmas razões foi indeferido um requerimento apresentado pela advogada do pai da vítima, que se constituiu como assistente no processo, para ouvir os peritos que efetuaram exame às faculdades mentais do arguido.

O julgamento prossegue no dia 12 de dezembro, com as alegações finais.

José Guedes está acusado pelo Ministério Público de um crime de homicídio qualificado e de outro de fogo posto.

Segundo o despacho de acusação, a que a Lusa teve acesso, em data incerta, entre 13 e 16 de janeiro de 2000, José Guedes abordou a vítima no lugar da Póvoa do Paço, em Esgueira, com o pretexto de com ela manter relações sexuais remuneradas.

O alegado homicida terá conduzido depois a jovem a uma casa isolada em construção, onde lhe terá desferido diversos golpes na cabeça, usando um instrumento contundente não determinado, e ter-lhe-á apertado o pescoço, causando-lhe lesões fatais.
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