Em comunicado, a Casa do Brasil de Lisboa refere que três agentes da PSP entraram no Consulado-Geral do Brasil de Lisboa «sem que tenham sido chamados e sem solicitarem permissão ao cônsul-geral».
Depois de terem identificado um jovem, que estava na entrada do edifício, «os polícias, um dos quais armado, colocaram-se ostensivamente no corredor junto à porta da sala principal do Consulado, onde se encontrava o público e os balcões de atendimento, numa operação de identificação das pessoas que saíam da dependência».
A Casa do Brasil considera que se trata de uma «acção de clara intimidação dos cidadãos brasileiros» em «território brasileiro».
Heliana Bibas, representante oficial da comunidade brasileira no Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração e que assistiu aos factos descritos no comunicado, contou, em declarações telefónicas à Agência Lusa, que «houve grave desrespeito em relação à comunidade brasileira».
Segundo a responsável, o cônsul-geral informou-a de que teria havido uma denúncia contra uma pessoa perigosa dentro das instalações do Consulado. «Mas nada justifica o facto de a PSP ter três agentes a entrarem no Consulado, sem comunicarem ao cônsul, e irem pedindo a identificação a dezenas de pessoas», defendeu Heliana Bibas.
Confrontado pela Lusa com as acusações da Casa do Brasil, o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa invocou, sem adiantar mais informações, «imprecisões» nos factos relatados e que a polícia «colaborou a pedido da Polícia Judiciária».
A Lusa tentou obter um esclarecimento da PJ mas sem sucesso.
JF