Aumenta mal-estar entre Brasil e Espanha - TVI

Aumenta mal-estar entre Brasil e Espanha

  • Portugal Diário
  • 13 mar 2008, 13:56

Cidadãos dos dois países continuam a ser retidos nos aeroportos

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Continuam a surgir casos de deportação entre o Brasil e Espanha. As pessoas chegam aos países e volta para trás, com autênticas manobras de retaliação após um primeiro incidente surgido a 5 de Março, quando dois jovens pesquisadores brasileiros, que tentavam participar num congresso de Sociologia em Lisboa, foram impedidos de entrar em espaço espanhol quando aterraram no aeroporto de Barajas, em Madrid.



Patrícia Rangel e Pedro Luiz Lima, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, ficaram retidos, juntamente com um grupo de outros 30 brasileiros, queixando-se ainda de terem ficado praticamente dois dias sem se poderem alimentar ou fazer um telefonema.

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Este foi um acontecimento que acabou por repetir-se, atingindo uma estudante da Universidade de São Paulo, Patricia Camargo Magalhães, que tentava viajar para Lisboa, via Madrid. Não conseguiu participar num congresso e ficou retida três dias no aeroporto.

Em todos os casos, as autoridades espanholas alegaram que os pesquisadores não tinham a documentação necessária, o que «causou profundo desagrado» no ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim.

As represálias começaram a acontecer de imediato e desde o início de Março já terãoficado retidos em aeroportos brasileiros cerca de vinte espanhóis, que terão sido repatriados para o seu país. No passado domingo, Raul Anchel Dominguez foi impedido de entrar no Brasil pelo Rio Grande do Norte, alegadamente por não ter bilhete de regresso.

Um outro caso foi captado por um canal de televisão brasileiro. «Os actos da Polícia Federal do Brasil são recíprocos aos da Polícia Federal da Espanha», disse o agente a um turista espanhol barrado no aeroporto de Fortaleza. A intenção era visitar uma das praias mais bonitas do país, Jericoacoara, no Ceará, mas como não apresentou nenhum endereço fixo no Brasil, nem reserva de hotel e não levava a quantia em dinheiro exigida pelas autoridades de imigração, apesar de ter cartão de crédito, foi obrigado a voltar para trás.

«É muito fácil caracterizá-lo como um turista que não nos interessa no Brasil», declarou o delegado da Polícia Federal do Ceará, Thomas Wlasak.

Padrão de comportamento

O mesmo ocorreu com um português, que também foi repatriado na segunda-feira. De acordo com uma fonte policial, terá dito ao agente federal do aeroporto do Rio de Janeiro que vinha trabalhar no Brasil, mas não trazia o visto de trabalho. Contactada pela Lusa, a Embaixada de Portugal em Brasília informou que não tem qualquer conhecimento sobre este caso.

Outros dois norte-americanos também foram deportados no último dia 10 por não preencherem os requisitos necessários para entrar no Brasil.
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