«Não consigo mexer-me, querem que trabalhe como?» - TVI

«Não consigo mexer-me, querem que trabalhe como?»

  • Portugal Diário
  • 26 dez 2007, 17:11
Funcionária pública apresentou-se ao serviço - Foto Fernando Martins/Lusa

Funcionária pública de Ponte de Lima vai pedir junta médica de recurso

Relacionados
A funcionária pública de Ponte de Lima, a quem a Caixa Geral de Aposentações (CGA) negou reforma antecipada, disse hoje que vai pedir a realização de uma junta médica de recurso, logo que entrem em vigor as novas regras.

«Tenho que fazer tudo o que estiver ao meu alcance para corrigir a injustiça de que estou a ser vítima. Se eu praticamente não me consigo mexer, querem que trabalhe como?», insurgiu-se Ana Maria Brandão, 43 anos, funcionária administrativa da Junta de Freguesia de Vitorino de Piães, concelho de Ponte de Lima.

Com as novas regras, as juntas médicas passarão a ser constituídas exclusivamente por médicos, com o doente a poder escolher um deles. «Já falei com o neurocirurgião que me acompanha há oito anos que se manifestou disponível para integrar essa junta médica, intercedendo a meu favor», acrescentou Ana Maria.

Depois de três anos de baixa, foi obrigada pela CGA a regressar em 05 de Novembro ao trabalho, tendo cumprido o horário laboral sentada numa cadeira e encostada a uma parede, sempre acompanhada pelo pai. Nesse mesmo dia, e perante a exposição mediática do caso, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou que ela iria entrar novamente de baixa médica até que a CGA procedesse à reapreciação do caso.

A 20 de Novembro, Ana Maria foi avaliada por nova Junta Médica, no Porto, onde, segundo garantiu, não lhe fizeram quaisquer exames, «mas apenas muitas perguntas», nomeadamente sobre como começou a sua doença.

Nove dias mais tarde, foi notificada pela CGA de que o seu pedido de reforma antecipada fora indeferido, após a Junta Médica de recurso ter considerado que não se encontrava «absoluta e permanentemente incapaz» para o trabalho.

Ana Maria não se apresentou ao trabalho e meteu novo atestado de baixa, passado pela sua médica de família, por mais 30 dias, um prazo que expira a 05 de Janeiro. O neurocirurgião Joaquim Couto Reis considera que a doença de Ana Maria é «crónica» e a «incapacita» para o exercício da sua actividade profissional.
Continue a ler esta notícia

Relacionados