Travessia do Tejo: «É um embuste» - TVI

Travessia do Tejo: «É um embuste»

Responsável pelo estudo da CIP considera que a «decisão já está tomada»

Relacionados
O responsável pelo estudo da CIP para a nova travessia do rio Tejo, José Viegas, diz que o seminário onde se está a discutir a nova ponte é um «embuste». José Viegas considera que a «decisão já está tomada», uma vez que foi «atacado» pela RAVE, quando o objectivo era «trabalhar em conjunto».

«Estou preocupado com a atitude que um dos administradores da Rave teve aqui. Continua a considerar que aquilo que nós apresentámos é impossível. Reafirmo que é possível. Obviamente que é uma solução que não está acabada», disse.

Travessia do Tejo: «Tudo será estudado»

Travessia do Tejo: o que está in e out

O responsável pelo estudo da CIP afirma ainda que «o maior cego é aquele que não quer ver» e que «a primeira solução que é impossível é a da Rave», referindo-se às exigências do Porto de Lisboa que, segundo a RAVE, têm vindo a ser negociadas.

«É lamentável que um administrador de uma empresa pública se ponha nesta posição: uma hora de propaganda sobre questões que não estavam minimamente em discussão. Estamos à procura da melhor solução ou à procura de humilhar a outra parte?»

«Nós conseguimos encontrar soluções possíveis. Mas não com o prazo que temos e com o orçamento que tivemos. A solução de fazer um relatório de avaliação em 45 dias, se não houver boa fé, é impossível. As cartas estão marcadas», concluiu.

«Beato-Montijo permite solução rodoviária»

José Viegas explicou ainda que, ao contrário do que foi afirmado pela RAVE, a ponte Beato-Montijo permite uma solução rodoviária. Carlos Fernandes, Administrador da RAVE, rebateu a ideia, considerando que «a solução da RAVE é a melhor porque é a única que cumpre tudo aquilo que está previsto». Isto é, a componente rodoviária, servir o Barreiro e Setúbal, assim como o TGV.

O responsável da RAVE afirmou ainda que há apenas duas possibilidades para a travessia rodoviária: Chelas-Barreiro e Algés-Trafaria. «Não há mais. Só há estas duas». Também na questão ferroviária, Carlos Fernandes considerou que a única solução para o comboio é o Barreiro, porque é «de lá que sai e seria demasiado caro ligar o comboio noutro sítio da margem sul. Se Beato-Montijo fosse melhor, a RAVE estaria na primeira linha a defender. Só que não é. É pior. É muito mais caro», disse Carlos Fernandes.

Falta de transparência

O responsável pelo estudo da CIP fez ainda questão de sublinhar que o estudo da RAVE não está na internet, «o nosso é que está». Carlos Fernandes contrapõe, dizendo que «muitos estão na net» e que são disponibilizados a quem os solicita, nomeadamente, a José Viegas.

«Papel da CIP acabou»

«Eu esperava e tinha a promessa da senhora secretária de Estado de que estávamos a trabalhar em conjunto para encontrar a melhor solução, o que eu vi hoje aqui, lamento dizê-lo, mas não foi nada disso. Foi uma situação de matraquear»

«O papel da CIP já acabou. Não sei o que vai acontecer. Sei que aquilo que vi hoje aqui é que eles não querem que se trabalhe para a melhor solução, a não ser que se diga que a melhor solução é a deles. Então não vale a pena trabalhar mais. Aquilo que estamos a ter aqui é um embuste. Se o Governo der cobertura a este comportamento do engenheiro Carlos Fernandes, considero que tudo isto que estamos a ter aqui, é um embuste. Estou indignado com aquilo a que assisti hoje». «Fui utilizado. Num exercício de publicitação de uma decisão que já está tomada», concluiu José Viegas.
Continue a ler esta notícia

Relacionados