Espanha: causas do acidente que matou emigrantes

O delegado do Governo Autónomo da Catalunha em Lérida, Miquel Pueyo, informou na noite de sábado que o excesso de velocidade ou distracção podem ter causado o acidente do autocarro com 16 portugueses ocorrido na sexta-feira em Espanha.

Aquela autoridade disse que, neste momento, a polícia regional, os Mossos d Esquadra, investiga o excesso de velocidade e uma distracção do condutor como as principais hipóteses do acidente de autocarro.

Na opinião de Miquel Pueyo, as causas do acidente de que resultaram três mortos e 13 feridos, são ainda desconhecidas. No entanto, os Mossos d Esquadra já analisaram o tacógrafo do autocarro e já interrogaram os passageiros.

Na segunda-feira, a polícia espera ter concluído o seu relatório, o qual será enviado à autoridade judicial.

Em relação às três vítimas mortais, entre elas o condutor, de 62 anos, Pueyo confirmou já ter estabelecido contacto com o Consulado português em Barcelona por causa do repatriamento dos cadáveres.

Pelo que diz respeito aos 13 feridos, dos quais sete continuam ingressados. Uma senhora de 50 anos e um jovem de 18 anos continuam em estado muito grave.

Entre os acidentados há dois menores de idade: uma de 12 e outro de 16.

O autocarro recém-estreado saiu do Principado de Andorra e dirigia-se a Portugal. Depois de uma paragem de uma hora e 45 minutos em Pons, para que os passageiros pudessem jantar, um outro condutor, que fazia, pela primeira vez o trajecto Andorra-Portugal, fez-se ao volante e 20 minutos depois despistou-se por um barranco.

A maioria das vítimas já tinha feito anteriormente este trajecto. Agora, algumas pensavam que esta seria a sua última viagem, já que regressavam definitivamente à sua terra natal, depois de uma experiência profissional em Andorra.

Algumas das vítimas contactadas pela Lusa asseguram que o condutor fez a curva em excesso de velocidade, perdendo o controlo do autocarro.

Depois de se ter tomado conhecimento em Portugal do fatal acidente, foram vários os familiares que viajaram até Espanha para acompanhar in loco o estado de saúde dos acidentados, cuja maioria é originária do Norte de Portugal.

Entretanto, o presidente a Câmara Municipal de Sentiu de Sió, Marcellí Guillaument disse aos jornalistas que pretende reunir-se, de imediato, com responsáveis do Governo Regional, no intuito de se encontrar uma solução face à alta sinistralidade que se tem registado nos últimos anos na estrada C-13. Guillaument não hesitou em considerou o local do acidente como um ponto negro, já que em 2005 também houve 30 feridos graves num acidente de autocarro.

O limite de velocidade em toda a estrada é de 100 kms/h, mas precisamente nesta zona, a sinalização foi reduzida para 70 kms.

O autarca explicou que a Câmara Municipal já denunciou várias vezes que este troço da estrada é perigoso porque há duas curvas acentuadas, de maneira que a estrada faz a forma de um Z.