Pedro Dias, o suspeito dos homicídios de Aguiar da Beira, foi transferido esta sexta-feira para a cadeia de alta segurança de Monsanto, em Lisboa, onde permanecerá em prisão preventiva.
A transferência ocorreu ao final da tarde, pelo que o arguido já passou a noite de sexta-feira para sábado na prisão localizada na capital.
A TVI obteve essa confirmação por parte dos advogados, que dizem não ter sido notificados da decisão da Direção-Geral dos Serviços Prisionais, mas que foi a própria família que os avisou.
Por que motivo foi transferido?
A razão da transferência prende-se, sobretudo, com razões de segurança: para garantir a salvaguarda da integridade física do arguido, que estava até agora na cadeia da Guarda.
Em Monsanto, Pedro Dias está isolado numa cela, tem todos os passos controlados e é revistado cada vez que sai para o recreio e regressa à sua divisória.
O acesso ao recreio é condicionado - apenas algumas horas por dia - e com outros dois ou três reclusos, no máximo.
Quem for visitar Pedro Dias terá de o fazer em horários muito específicos e o contacto será feito através de um vidro, apurou ainda a TVI.
Na Guarda, o recluso partilhava cela com vários arguidos. Vai agora ficar em Monsanto a aguardar julgamento.
Este estabelecimento prisional é classificado como de segurança máxima e, segundo o último relatório de atividades da DGRSP, O EP Monsanto, "está vocacionado para responder às exigências de segurança, designadamente à criminalidade violenta e organizada, bem como a certas categorias de reclusos cujo comportamento é suscetível de criar situações graves para a segurança do Sistema Prisional e da própria comunidade reclusa".
O homem, de 44 anos, está acusado da autoria material de dois crimes de homicídio qualificado, três de homicídio qualificado na forma tentada, três de sequestro e um de roubo.
"Recebeu telefonema da GNR com ameaça de morte"
A advogada de Pedro Dias foi ontem entrevistada na TVI por Judite Sousa. Mónica Quintela explicou no "Jornal das 8" a forma como o suspeito se entregou às autoridades na terça-feira, dia 8, depois de 28 dias em fuga.
Mónica Quintela afirmou que o alegado homicida "recebeu um telefonema da GNR a dizer que iria ser abatido". Por isso, "não havia outra forma de fazer a entrega de Pedro Dias".
A RTP divulgou na sexta-feira a entrevista feita ao suspeito, que recusou todos os crimes de que está indiciado, afirmando que é um “homem inocente” com “vontade de defender” a sua “honra”. O "Piloto" acrescentou que o militar da GNR que sobreviveu é que deve explicar tudo.
Há ainda informação que Pedro Dias terá recusado realizar testes de ADN. A advogada garante que à sua frente não houve qualquer pedido para realizar qualquer tipo de exames.