Reclusos em greve de fome há 11 dias

Os três reclusos do Estabelecimento Prisional de Santarém em greve de fome há 11 dias mantêm o seu protesto, sendo o seu estado de saúde «estável», disse à agência Lusa fonte da Direcção-Geral dos Serviços Prisionais (DGSP).

Segundo a fonte, os três reclusos, que contestam a anunciada transferência para a cadeia de Évora, são diariamente acompanhados pelo médico e por um enfermeiro, não tendo até ao momento nenhum deles sido hospitalizado.

Contudo, a DGSP confirma que houve tentativa de encaminhar um dos reclusos em greve de fome ao hospital para «realização de outros exames complementares», o que o recluso terá recusado.

Fonte familiar disse à agência Lusa que, no início da semana, houve tentativa de internar um dos reclusos, um homem com 72 anos, o que contou com a oposição deste e do médico que o acompanha, que terá manifestado descontentamento por não ter sido consultado.

A DGSP acrescenta ainda que a nova direcção, liderada por Maria Clara Albino, que tomou posse no passado dia 12, «está a inteirar-se das condições do estabelecimento prisional (EP) de Évora para programação das acções a desenvolver».

Os perto de 30 reclusos, elementos das forças de segurança, na sua maioria da PSP, que se encontram no estabelecimento prisional de Santarém contestam as condições do EP de Évora, que viu mudar a classificação de regional (para penas até seis meses) para de alta segurança, no mesmo despacho que extinguiu a prisão de Santarém.

Os reclusos e o Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) interpuseram, no dia da publicação do diploma (31 de Janeiro), duas providências cautelares para impedirem o encerramento do EP de Santarém.

A fonte da DGSP disse à Lusa que, até ao momento, este organismo «não foi notificado de qualquer providência cautelar».