«Pessoas estranhas à escola» mobilizaram os alunos - TVI

«Pessoas estranhas à escola» mobilizaram os alunos

Alunos da EB2,3 Pedro Santarém, em Lisboa, encerraram a escola a cadeado

Directora Regional de Educação do Norte espera que não haja «funcionários do Ministério da Educação» envolvidos

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A directora Regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, afirmou esta sexta-feira haver pessoas estranhas às escolas a mobilizar os alunos para o protesto que se realizou ao início da manhã em algumas escolas da região Norte.

Em declarações à Lusa, Margarida Moreira disse que foram identificadas várias pessoas pela PSP e que outras foram reconhecidas por elementos dos conselhos directivos como sendo ex-alunos.

Também hoje, o secretário de Estado da Educação e o presidente da Confap referiram que os alunos estão a ser instrumentalizados para fazerem os protestos.

A directora Regional de Educação do Norte estranha «a coincidência de movimentos» e disse aguardar pela conclusão dos casos averiguados pelas autoridades para perceber se há ou não «funcionários do Ministério da Educação» envolvidos. «Esperemos que não, não é ético manipular os alunos desta maneira», frisou.

Segundo a responsável, na cidade do Porto o protesto mais visível decorreu na escola secundária Garcia de Orta, onde estiveram concentrados algumas dezenas de estudantes. «Na ronda que habitualmente efectua pela zona do «Garcia», a PSP encontrou jovens às 06:00 no recinto escolar. Não é normal», considerou.

Margarida Moreira deu instruções para que os conselhos executivos das respectivas escolas convidassem um grupo de alunos em protesto a escrever os seus motivos. «Aparentemente, estão a protestar contra o Estatuto do Aluno. Queremos saber o que os preocupa e actuar, se for caso disso», frisou.

Entre as mais de 400 escolas da região Norte, apenas 14/15 registaram protestos em frente as suas instalações. «Houve duas ou três fechadas com cadeados, que foram retirados à chegada dos primeiros funcionários», acrescentou.

Os protestos, que decorreram a nível nacional, foram convocados nos últimos dias através de uma sms onde pode ler-se: «Está na hora, está na hora, da ministra ir embora. Pessoal, bora nos juntar e fechar as escolas de todo o País. Greve nacional no dia 14 (temos 2 dias para organizar a maior greve de sempre) até que o regime de faltas seja alterado?? Já começou no Norte e agora vamos fazer com que se arraste por Portugal... Passa a mensagem. Todos juntos vamos conseguir».

Escolas fechadas também em Coimbra

Também na região de Coimbra algumas escolas foram fechadas por estudantes em protesto contra o regime de faltas previsto no novo Estatuto do Aluno. Na Escola Secundária da Mealhada, os primeiros jovens e professores a chegar ao estabelecimento, pouco antes das 08:30, depararam com os portões do estabelecimento fechados a cadeado, disse à agência Lusa o presidente do conselho executivo, Fernando Trindade.

Também o Instituto Pedro Hispano, na Granja do Ulmeiro, Soure, foi fechado por alunos contra o regime de faltas, disse à Lusa uma das manifestantes. Uma fonte deste estabelecimento do ensino particular e cooperativo confirmou o encerramento de um dos três acessos à escola, com concentração de jovens nesse local, mas ressalvou que há alunos nas aulas.

Na Escola Básica 2,3 Secundária José Falcão de Miranda do Corvo várias centenas de alunos manifestaram-se também contra o Estatuto do Aluno. Os estudantes fecharam a escola a cadeado, mas a intervenção da GNR permitiu que o estabelecimento de ensino mantivesse os portões abertos.

Uma fonte da GNR de Coimbra confirmou o fecho destes estabelecimentos e adiantou que alunos encerraram também as EB 2,3 de Condeixa-a-Nova, Arganil e Cantanhede.
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