Os profissionais da PSP e da GNR vão estar esta quinta-feira numa manifestação junto à Assembleia da República. O protesto está classificado como sendo de alto risco, e são esperados mais de 17 mil membros das forças de segurança.
Como tal, já começaram os preparativos para a manifestação de polícias. Nas escadas da Assembleia da República foram colocadas grades, mais altas do que em protestos anteriores e as ruas perto do Parlamento já estão com restrições no estacionamento.
No gradeamento são também visíveis barreiras de betão e alguns sinais de trânsito verticais foram retirados do local.
Os militares começam o percurso no Marquês de Pombal e terminam na assembleia, onde ficarão concentrados vários horas.
Santos Silva espera manifestação das forças de segurança “ordeira e respeitadora”
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esta quarta-feira esperar que a manifestação conjunta de profissionais da PSP e da GNR, marcada para quinta-feira, ocorra de forma “ordeira e respeitadora da lei”.
As manifestações são uma prática comum em democracia e estou certo de que os promotores da manifestação terão os cuidados indispensáveis para que a manifestação seja viva, ordeira e respeitadora da lei”, afirmou aos jornalistas Santos Silva
Um dos receios dos manifestantes é a possível presença do "Movimento Zero", que tem sido conotado com a extrema-direita, e que já garantiu que vai estar em força no protesto.
Por isso mesmo, a atenção vai ser redobrada e deverá ser montado um forte dispositivo policial, com meios das esquadras locais, equipas de intervenção rápida e com a presença do corpo de intervenção.
Além dos agentes identificados, vão estar no terreno operacionais descaraterizados para prevenir e atuar perante eventuais comportamentos suspeitos. Na manifestação vão estar presentes membros da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) e da Associação dos Profissionais da Guarda (APG).
A ASPP e a APG sublinham que o Governo “não pode escudar-se da falta de conhecimento dos problemas nem desvalorizar as promessas” feitas nos últimos quatro anos, lamentando que, até ao momento, não tenha sido dada “uma palavra sobre o futuro destas instituições”.
O presidente da APG, César Nogueira, disse à agência Lusa que foi decidido marcar a manifestação conjunta para esta quinta-feira por ser uma data próxima de discussão do próximo Orçamento do Estado.
César Nogueira adiantou que há uma série de problemas na PSP e na GNR que estão por resolver, existindo “promessas por cumprir”, e esta ação, além de protesto tem também por objetivo “colocar na agenda política as forças de segurança”, uma vez que “pouco se sabe” sobre o que o atual Governo pretende para as polícias.
Nesse sentido, os polícias exigem que sejam feitas as alterações necessárias às tabelas remuneratórias da PSP e da GNR, “adequando os vencimentos de forma justa e adequada à função exercida por estes profissionais”.