Mãe da bebé raptada ainda não superou - TVI

Mãe da bebé raptada ainda não superou

Julgamento do caso de bebé raptado em Penafiel

Advogada diz que julgamento está a fazer a família reviver o sofrimento daquele dia

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A mãe da criança raptada do Hospital Padre Américo, Penafiel, em Junho do ano passado ainda não ultrapassou o que sentiu nesse «momento terrível», disse à Lusa a advogada que a representa.

«Olhe para a minha cliente. Ela está um pau de virar tripas», disse Filomena Pereira, desculpando-se depois pela expressão. A advogada procurava assim explicar o sofrimento em que Vera Rocha, mãe da criança, ainda se encontra, nove meses e meio depois do rapto.

A raptora do bebé, Simone Ferreira, acusada do crime de sequestro agravado, começou esta terça-feira a ser julgada em Lousada, tendo confessado todos os factos que integram a acusação.

A arguida, de 21 anos, que se encontra em prisão domiciliária, em Felgueiras, confirmou que no dia 14 de Junho do ano passado raptou um recém-nascido, após ter entrado no hospital fazendo-se passar por enfermeira.

A advogada da mãe da criança disse esta terça-feira que a sua cliente vai ter muita dificuldade em ultrapassar a mazelas psicológicas que resultaram dos momentos que se seguiram ao rapto do filho.

«O que está aqui em causa é o pai, a mãe e os familiares voltarem a reviver tudo o que se passou naquele dia», acrescentou. A causídica admite que um eventual pedido de desculpa da arguida à família poderá ajudar a mãe da criança a superar esta fase difícil.

Não processaram o hospital

Nos meses subsequentes ao rapto, os pais do bebé foram acompanhados por profissionais do hospital que os tentaram ajudar a ultrapassar o trauma do desaparecimento do recém-nascido.

A advogada também explicou à Lusa por que razão a família não processou o hospital, afirmando que os seus clientes entendem que «a unidade de saúde não foi negligente».

«Foi o comportamento da arguida ao longo dos meses que permitiu que ocorresse este ilícito», explicou.

Na próxima sessão de julgamento, que deverá ocorrer a 22 de Abril, será analisada a indemnização cível pedida pela família, uma matéria que está dependente do relatório social relativo aos arguidos. A advogada dos pais mostrou-se esperançada num acordo entre as duas partes quanto ao valor, que não quis quantificar.

O processo tem dois arguidos: além de Simone Ferreira, também o seu ex-companheiro Sandro está a ser julgado.
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