No mais recente relatório estatístico, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que pelo menos 4,3 milhões de pessoas em todo o mundo tenham morrido por causa da poluição atmosférica.
Neste relatório, Portugal apresentou valores bastante animadores, em comparação com os restantes países do mundo, situando-se em 8º lugar entre os países com menor incidência de mortes e de doenças provocadas pela poluição do ar.
Portugal registou 16,8%, resultado bem abaixo de quase todos os países europeus, à excepção dos países nórdicos, da Irlanda e da Espanha. A Suécia continua a ser o país melhor posicionado, com apenas 0,4% de ocorrências.
Top 10 dos países com menor taxa de mortalidade, derivada da poluição atmosférica
O mesmo relatório deixa algumas metas para os próximos 13 anos, ligadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável. Até 2030, os países terão de reduzir substancialmente o número de mortes e doenças derivadas da contaminação e poluição do ar, água e solo.
Uma meta que parece contraditória com a estimativa da organização, já que esta supõe que pelo menos 3 mil milhões de pessoas ainda aqueçam as suas casas e cozinhem uilizando combustíveis sólidos, ou seja, madeira, restos de materiais, esterco ou carvão, em fogueiras abertas e fogões com risco de fuga.
O uso destes combustíveis ineficientes conduz a altos níveis de poluição do ar. Em 2012, refere o mesmo relatório, essa poluição atmosférica causou mais de 4,3 milhões de mortes em todo o mundo. As mulheres e crianças apresentam um risco particularmente elevado de doenças causadas por essa exposição à poluição atmosférica e representam cerca de 60% dessas mortes.
Já em 2014, 92% da população mundial vivia em locais onde as normas da OMS relativas à qualidade do ar não foram cumpridas. A poluição atmosférica, tanto em zonas urbanas, como em zonas rurais, foi responsável pela morte de mais 3 milhões de pessoas em todo o mundo, a maioria delas em países de baixo e médio rendimento.
A mortalidade devido à poluição atmosférica é particularmente preocupante para países como a Roménia (129,5%), a Hungria (122,8%), ou a Ucrânia (140,4%), que têm percentagens muito superiores ao conjunto do top 10.
Existem diferentes fontes de poluição atmosférica: queima de combustíveis fósseis na produção de eletricidade, nos transportes, na indústria e nos agregados familiares, processos industriais de utilização de solventes como nas indústrias química e mineral, na agricultura e no tratamento de esgotos, etc.
O relatório também avança informação sobre a mortalidade por serviços de higiene com águas poluídas e saneamento inseguro, mas, mais uma vez, Portugal surge com resultados animadores, que rondam apenas os 0,1%.
De acordo com o The Guardian, os britânicos estão 64 vezes mais propensos a morrer devido à poluição atmosférica. Numa manifestação anti-poluição da GreenPeace, chegou mesmo a ser colocada uma máscara na estátua da rainha Vitória, como forma de protesto.
@PlanetGreen “A face mask placed on the statue of Queen Victoria opposite Buckingham Palace by @Greenpeace protesters.” https://t.co/64v7mVAgUq
— My Name's KIND #KIND (@Be_Transformers) 7 de maio de 2017
O relatório da OMS avança ainda que a Índia é dos países com ar mais poluído, onde se registaram 133,7 mortes por cada 100 mil pessoas.
A organização constatou também que a poluição atmosférica é um problema crescente de saúde ambiental e que afeta todos os países, tanto os desenvolvidos, quanto os em desenvolvimento.
A OMS apela aos responsáveis políticos, nacionais e internacionais, que reúnam esforços para combater o problema.
A maioria das fontes de poluição do ar está muito além do controle dos indivíduos e requer a ação das cidades, bem como dos políticos nacionais e internacionais em setores como transportes, energia, gestão de resíduos, edifícios e agricultura", sublinhou recentemente.
Já no dia 4 de maio, foi divulgado que Portugal havia registado a terceira maior descida nas emissões de CO2 da União Europeia, algo que teria acontecido apenas em 11 de Estados-membros, o que representa 1,4% das emissões do conjunto da União Europeia.
De acordo com o Eurostat, em 2016, Portugal registou a terceira maior descida (5,7%), resultado acima da média da União Europeia (0,4%).