No final da sessão de lançamento da edição deste ano de um programa rodoviário destinado a futuros condutores, o presidente da ANSR manifestou-se preocupado com o número de mortos e feridos graves em acidentes rodoviários com jovens durante os fins de semana à noite.
«Tem que haver um reforço da fiscalização aos fins de semana e à noite. É por aí que conseguiremos combater este problema.»
Segundo dados hoje divulgados pela ANSR, os acidentes rodoviários com jovens provocaram, entre 2010 e 2013, 325 vítimas mortais, 1.298 feridos graves e 23.546 feridos ligeiros, sendo o risco de morte em acidentes de viação, entre os 18 e os 24 anos, de cerca de 40 por cento superior ao da restante população.
De acordo com a ANSR, os acidentes com jovens ocorrem sobretudo entre as 20:00 e as 08:00, sendo o período mais elevado entre as 04:00 e as 08:00, e durante os fins de semana, além de ocorrerem em arruamentos e estradas municipais.
«Se conseguirmos ter um reforço da fiscalização, eventualmente os resultados serão melhores e mais positivos», sustentou Jorge Jacob, defendendo também um investimento na formação para inverter as estatísticas da sinistralidade rodoviária envolvendo jovens.
O presidente da ANSR afirmou que as questões da segurança rodoviária devem começar a ser ensinadas nas escolas e só depois é que se deve apostar na formação.
Durante cerimónia, que decorreu na ANSR, em Oeiras, um dirigente do Automóvel Club de Portugal (ACP) levantou a questão da qualidade do ensino em algumas escolas de condução, que praticam preços low-cost, e a falta de fiscalização por parte das autoridades.
Questionado sobre esta questão, o secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, considerou «a formação das escolas de condução muito importante», uma vez que é fundamental que seja garantida a qualidade dessa formação.
Nesse sentido, adiantou que esta questão não passa por alterações legislativas, mas sim por uma fiscalização do ensino da condução, que compete à ASAE, do ponto de vista comercial, e ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), ao nível dos conteúdos formativos.
«O que temos que garantir do ponto de vista do Estado é que a formação tem qualidade, o preço é por vezes um indicador de que pode haver alguma questão a fiscalizar.»