Carjacking cresce 34 por cento - TVI

Carjacking cresce 34 por cento

Assalto  [arquivo]

Pelo menos um português por dia vê o seu veículo ser-lhe arrancado das mãos. Na noite passada uma mulher foi ameaçada com caçadeiras e com a filha de quatro anos dentro do carro. Saiba quando os ladrões atacam e como se pode proteger Família emigrante alvo de carjacking

Relacionados
Os roubos de automóveis com violência (carjacking) aumentaram 34 por cento, em 2007, em relação ao ano anterior, segundo os dados do Relatório de Segurança Interna de 2007. A informação foi avançada ao PortugalDiário pelo Gabinete do Coordenador de Segurança. Este é o maior aumento neste tipo de crime desde 2003.

O assalto pelo método de carjacking, caracteriza-se pelo roubo de automóveis de forma violenta, através de agressão ou ameaça ao condutor. As autoridades assumem o aumento deste crime particularmente violento e atribuem-no à «evolução da tecnologia» e à «adaptação dos marginais» a essa mesma evolução. Ou seja, com a impossibilidade de efectuar ligações directas nos automóveis, a «solução é roubar os carros com as chaves na ignição», explicou fonte da PJ.

Pelo menos desde 2003, que as autoridades acompanham este fenómeno para além de o combaterem. Entre os anos de 2003 e 2006 triplicaram os casos registados, mantendo-se nos últimos dois anos uma média de 330 roubos violentos. Em 2007, o crescimento deste crime foi de 34 por cento, ou seja, 442 ocorrências. Por outras palavras, pelo menos um português por dia vê o seu veículo ser-lhe arrancado das mãos.

Assaltada com criança no carro

Esta quinta-feira um grupo de três homens encapuzados e armados de caçadeira roubaram veículo de gama média, um Golf, enquanto a condutora de 28 anos acompanhada por uma criança, de quatro anos sentada no banco de trás, estacionava a viatura, revelou fonte da GNR.

Os homens encapuzados deslocavam-se num Fiat Punto, que o atravessaram em frente à viatura furtada, e apontaram uma caçadeira à condutora, obrigando a mulher a entregar as chaves, carteira com 300 euros e telemóvel. O crime ocorreu na Quinta do Conde, na margem sul.

Horário e dia mais perigoso

Uma análise efectuada a este tipo de crime revela quais os métodos mais frequentes usados pelos ladrões. A maior parte dos assaltos ocorre na via pública (43 por cento), no entanto, é também junto às residências (10,6 por cento) e nas áreas e parques de estacionamento (15,4 por cento), que os ladrões mais atacam. Em seis por cento dos casos os roubos acontecem quando os condutores estão parados nos semáforos ou no trânsito. O horário entre as 20h e as 4h da manhã é o mais perigoso e o dia com mais crimes é a quinta-feira. Ao fim-de-semana estas ocorrências diminuem.

Em alguns casos os assaltantes bloqueiam as vias (5,4 por cento) para que o condutor seja obrigado a parar o carro. Noutras situações, os criminosos recorrem à simulação de acidentes (3,4 por cento ou batem no carro da vítima deliberadamente.

As abordagens são na maior parte dos casos feitas no automóvel e, depois de ameaçada (74,5 por cento das ameaças são com arma de fogo), a vítima é levada para locais ermos, onde os criminosos optam por largar o condutor ou por o obrigar a ir a uma caixa Multibanco e levantar dinheiro (8,18 por cento).

Jovens influenciados por filmes e jogos violentos

Os autores deste tipo de crime são sobretudo jovens, com idades entre os 21 e os 30 anos, que, segundo a PJ, pertencem a uma «sub-cultura juvenil» que é influenciada pela violência urbana transmitida por jogos de vídeo e filmes. Este método de assalto é importado dos EUA e cada vez tem mais força em Portugal.

A Policia Judiciária lança um alerta: quem tem carros de «gama baixa» também pode ser vítima deste crime. E os conselhos são: muita atenção a sinais suspeitos e invulgares quando se conduz, conduzir de portas trancadas, buzinar se tentarem abrir o carro, ou fugir para a esquadra mais próxima se perceber que lhe «batem» de propósito.
Continue a ler esta notícia

Relacionados