Portugueses: 70 por cento sente-se inseguro - TVI

Portugueses: 70 por cento sente-se inseguro

  • Portugal Diário
  • Ana Sofia Santos
  • 4 mar 2008, 13:29
câmara de videovigilância

Estão dispostos a prescindir da privacidade para terem segurança

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Grande parte dos portugueses está preocupado com a insegurança que se vive no país. Um barómetro divulgado esta terça-feira revela que 71 por cento dos inquiridos pensa que houve um acréscimo de insegurança nos últimos 12 meses.

Os dados revelam que, apesar de 61 por cento dos entrevistados avaliarem Portugal como um país seguro, dois em cada cinco diz ser pouco ou nada seguro (cerca de 39 por cento).

Discotecas são inseguras

Os locais considerados mais inseguros são as discotecas e bares (78 por cento), a via pública (70 por cento) e os transportes públicos (63 por cento). Já os locais considerados mais seguros são o local de trabalho (88 por cento), os hospitais e centros de saúde (83 por cento) e os hotéis (83 por cento).

Os três factores que mais contribuem para a sensação de insegurança são o desemprego (22 por cento), as novas formas de criminalidade, como o terrorismo e o crime organizado (18 por cento) e o aumento da violência ( 17 por cento).

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Questionados sobre a forma de melhorar o clima de insegurança em Portugal, os inquiridos mencionaram em primeiro lugar a melhoria das condições socioeconómicas (19 por cento), seguida do aumento das forças de segurança (14 por cento) e uma melhoria da qualidade da educação nos estabelecimentos de ensino (13 por cento).

Segundo a socióloga Maria da Conceição Cerdeira, «por detrás do sentimento de insegurança, escondem-se problemas de fragilidade socioeconómica e receios sobre uma sociedade que se transforma a um ritmo vertiginoso».

«Não espanta», afirma, «que o desemprego seja apontado como o principal factor promotor da insegurança e a melhoria das condições socioeconómicas como a principal solução para a melhoria do clima de segurança em Portugal».

Diz a socióloga que o sentimento de insegurança «é transversal a todas as idades e categorias sociais, mas tem maior incidência nas mulheres, nos idosos, nos desempregados e nos indivíduos com baixos rendimentos».

Esta insegurança, diz, é «fruto do aumento da criminalidade na última década».

Privacidade versus segurança

64 por cento dos inquiridos sentem-se mais seguros na presença de um sistema de videovigilância. 94 por cento considera que contribuem para auxiliar actividade das forças de segurança enquanto 73 por cento considera-os dissuasores de comportamentos ilícitos

69 por cento não considera que este tipo de equipamentos constituam uma invasão de privacidade. 71 por cento abdicaria da sua privacidade em função da colocação de videovigilância em espaços públicos se isso significar um maior sentimento de segurança.

Parques de estacionamento (18 por cento), discotecas e bares (15 por cento) e transportes públicos (13 por cento) são os locais em que os que responderam ao inquérito consideram que seria mais importante existirem sistemas de videovigilância.

Segundo João Ribeiro, director geral da ADT Portugal, os portugueses sentem-se «mais seguros na presença destes sistemas, desde que lhes sejam dadas garantias de que as imagens não serão utilizadas indevidamente».

O estudo foi desenvolvido pela consultora PremiValor para a ADT Portugal, empresa de sistemas de segurança, e envolveu a realização de 870 questionários realizados entre 5 de Novembro de 12 de Dezembro de 2007, nas cidades de Lisboa, Porto, Faro, Évora e Castelo Branco.
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