Qualquer um pode ser vítima de crime - TVI

Qualquer um pode ser vítima de crime

  • Portugal Diário
  • MM
  • 27 mar 2008, 08:11
Homem detido não está implicado nos homicídios

Rui Pereira, ministro da Administração Interna, justifica sentimento de insegurança com «desconhecimento do destinatário do crime»

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O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, considerou na quarta-feira que o sentimento de insegurança é maior que no passado por não existir um destinatário conhecido do crime, recorrendo-se do fenómeno «carjacking».

Segundo a Lusa, Rui Pereira considerou errada a imagem que Portugal era um país de brandos costumes e seguro na altura da ditadura e que hoje não o é, recordando que nos últimos 30 anos tudo mudou.

«Antes da revolução tínhamos um dos maiores índices de homicídios da Europa, mas com destinatário conhecido. Sentimo-nos mais inseguros porque hoje existe uma criminalidade de massa, organizada e violenta que não tem destinatário conhecido», afirmou o ministro durante um encontro sobre Segurança Interna que decorreu na Moita, organizada pela concelhia local e pela Federação do PS Setúbal.

«Por exemplo, alguém comete um crime de «carjacking», que nos preocupa de sobremaneira actualmente, comete um crime contra qualquer pessoa e não com uma pessoa qualquer. Qualquer um pode ser vítima e isso cria um sentimento de insegurança que temos de contrariar», acrescentou.

30 anos mudaram crime em Portugal

Rui Pereira explicou que em comparação com o início da década de 70 tudo mudou em Portugal, lembrando que nessa altura o problema da droga era desconhecido e o tráfico era pouco preocupante e que hoje em dia é responsável por cerca de 50 por cento das pessoas detidas.

«Portugal acompanhou a evolução dos tempos, em que o maior sentimento de insegurança da criminalidade de massa, violenta e grave, da criminalidade organizada foi o preço a pagar por um desenvolvimento económico e social acelerado, que atingiu o momento mais pitoresco quando Bragança surgiu na capa de uma revista norte-americana por uma casa de passe», referiu.

O ministro explicou também que nos últimos 15 anos acompanhou o percurso do Partido Socialista em termos de segurança e considerou que existe uma política «coerente e contínua», que tem provado ter sido «correcta».

Rui Pereira lembrou a defesa do policiamento de proximidade contra a escolha da oposição das super esquadras e a implantação do sistema DUAL que distingue a PSP e GNR de forma a se poderem «complementar».

«Há distância é fácil ter razão e hoje todos concordam mas quem implantou foi o PS», salientou.

Rui Pereira satisfeito com trabalho na protecção civil

Quando ao trabalho desenvolvido pelo PS em matéria de segurança, Rui Pereira destacou o trabalho desenvolvido junto da protecção civil, na prevenção na sinistralidade, a aprovação da lei de programação das forças de segurança e a reforma de segurança interna que ainda está em curso.

Em relação à política de segurança até ao fim do mandato, o ministro lembrou o relatório de segurança interna que deve ser aprovado pelo Governo esta quinta-feira e que vai à Assembleia da República até ao final do mês.

«Tem se verificado uma tendência de estabilização da criminalidade em geral. O homicídio é um crime que não mente e houve uma diminuição de 30 por cento, mas nem toda a realidade é cor-de-rosa, o «carjacking» subiu mais de 30 por cento», afirmou.
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