Cuidados paliativos: «Há burocracia a mais» - TVI

Cuidados paliativos: «Há burocracia a mais»

Saúde

Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro critica demora em atender pacientes

O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Veloso, defendeu esta quinta-feira a necessidade de «banir ou aligeirar» as barreiras burocráticas e os patamares de decisão que impedem uma resposta rápida aos doentes a precisar de cuidados paliativos e continuados, noticia a Lusa.

«O ideal seria que o sistema funcionasse num dia», disse o responsável à agência. «Não entendo como é que um doente que precisa de cuidados continuados ou paliativos, e havendo vagas, demore 15 dias, um mês ou mais para que passem para essa situação. Quanto a mim há burocracia a mais».

Vítor Veloso acrescentou: «É inconcebível que um doente tenha de esperar semanas e às vezes meses para conseguir a transferência para uma unidade».

Segundo explicou à Lusa, para se conseguir a transferência do doente «é preciso fazer um pedido especial a uma comissão, que vai avaliar o doente para depois propor a sua passagem para a rede central, que decide como, quando e onde».

«Processo demorado»

«É um processo demorado que acaba por ser oneroso para o próprio Estado, uma vez que os doentes enquanto não são transferidos ocupam camas de um hospital que custam o triplo das camas nas unidades de cuidados continuados e paliativos», afirmou.

Na unidade do IPO/Porto, as 44 camas disponíveis «não são suficientes para as necessidades da região, mas acabam por sobrar porque às vezes não há preenchimento total». «Se não houvesse barreiras burocráticas de certeza que faltavam camas, porque esta unidade é modelar e devia ser a primeira a ser preenchida», sustentou.

Vítor Veloso lembrou que foi no Norte que, há 15 anos, através da LPCC, «nasceram os cuidados paliativos em Portugal», considerando que foi «um caminho muito difícil» porque só há cerca de três/quatro anos o assunto começou a merecer maior atenção.

«Nós fomos os pioneiros e temos o maior centro de cuidados paliativos do país, com 44 camas, que podia ser a escola dos cuidados paliativos em Portugal, bastava que houvesse vontade política para isso», acrescentou.
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